
Durante a audiência pública para tratar do fim do serviço de tração animal nas charretes em Poços de Caldas, que aconteceu na última quarta-feira (13), o secretário municipal de Meio Ambiente Stefano Zincone se pronunciou. Ele destacou a importância da substituição das charretes de tração animal por veículos elétricos. Segundo ele, a medida representa um avanço em direção a uma sociedade “moderna, consciente e sustentável”.
“É um momento crucial para que possamos discutir os princípios primordiais para uma sociedade moderna e consciente, seguindo os conceitos da inovação, o respeito e a sustentabilidade. Estamos aqui para discutir como ocorrerá o fim de um modelo tradicional e antigo”, afirmou.
Modelo inviável
Zincone ressaltou o simbolismo das charretes de tração animal como parte da história da cidade, mas destacou que o tempo trouxe novas responsabilidades. “Reconhecemos a história e o simbolismo das charretes de tração animal. Elas representam um elo com o passado, com o tempo em que as alternativas eram limitadas. Porém, o tempo avança e com ele a nossa compreensão sobre os impactos das nossas ações”, disse.
Entre os fatores que tornam inviável a continuidade do modelo, o secretário citou o ambiente urbano cada vez mais desenvolvido, as ruas pavimentadas, o trânsito, os gases emitidos pelos veículos. E ainda a poluição, o calor do asfalto e as condições de manejo muitas vezes inadequadas. “São realidades que não podemos mais ignorar. Preservar a tradição não significa manter práticas que possam causar dor e perturbação urbana”, reforçou.
Zincone lembrou que Poços de Caldas tem reconhecimento por sua beleza e hospitalidade, mas que a cena de um animal exausto puxando uma charrete já não corresponde aos valores que a cidade deseja projetar. Como alternativa, defendeu a substituição dos veículos de tração animal por charretes elétricas. “Temos a chance de adotar soluções inovadoras e mais sustentáveis, que ao mesmo tempo mantenham a tradição, o encanto e a beleza dos nossos passeios”, declarou.
Passo à frente
O secretário enfatizou ainda que a decisão não deve ser entendida como punição. “A decisão de proibir as charretes de tração animal para fins turísticos não é uma medida punitiva, mas sim um passo à frente do nosso compromisso com a proteção e o bem-estar animal. Estamos aqui para construir uma política pública que olha para o futuro”, afirmou.
Ao final, reforçou que a cidade precisa acompanhar uma tendência nacional e internacional. “Muitas cidades do Brasil e do mundo estão encerrando esse tipo de atividade. Poços de Caldas não pode ser diferente. Contamos com o apoio de todos os vereadores para que possam votar e aprovar o projeto de lei encaminhado pelo Executivo. E juntos abrirmos caminhos para um turismo mais moderno e verdadeiramente sustentável”, concluiu.