
Com a transição energética em curso e o avanço das metas climáticas, os chamados empregos verdes vêm ganhando espaço no Brasil e no mundo. Esse tipo de ocupação contribui direta ou indiretamente para a preservação e recuperação do meio ambiente. Isso por meio de atividades que reduzem o consumo de energia, a emissão de CO₂ e o uso de matérias-primas.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil já conta com 3,8 milhões de empregos verdes, um crescimento de 280% em três anos. Em 2022, esse número era de aproximadamente 1 milhão.
O que são empregos verdes?
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), empregos verdes são funções que reduzem o impacto ambiental das atividades econômicas, E ainda promovem condições de trabalho decentes. Eles incluem atividades relacionadas à energia limpa, agricultura sustentável, gestão de resíduos, mobilidade elétrica, entre outros setores.
Além de contribuir para a redução de emissões e para o combate às mudanças climáticas, esses postos de trabalho ajudam a fortalecer economias locais, estimular a inovação e promover inclusão social, especialmente em áreas periféricas e rurais.
Setores com maior destaque
Entre os setores que mais geram empregos verdes no Brasil estão:
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Energia solar: já gerou mais de 1,6 milhão de empregos desde sua implementação. Entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, foram criados cerca de 500 mil novos postos. A expectativa é chegar a 3,5 milhões até 2030;
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Mobilidade elétrica: com o crescimento da frota de veículos elétricos, crescem também as oportunidades para engenheiros, técnicos e instaladores de eletropostos. As vendas de carros elétricos aumentaram 89% em 2024, com crescimento contínuo em 2025;
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Gestão de resíduos: funções ligadas à coleta seletiva, compostagem e reciclagem estão em alta, impulsionadas pelo modelo de economia circular;
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Eficiência energética: profissionais que atuam com soluções para reduzir o consumo energético têm sido cada vez mais requisitados;
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Agricultura sustentável: técnicos, agrônomos e produtores rurais se destacam em práticas como agroecologia e agricultura regenerativa;
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Construção civil verde: cresce a demanda por arquitetos e engenheiros especializados em edificações sustentáveis e eficiência energética.
Formação e acesso às carreiras
Os empregos verdes são considerados acessíveis e inclusivos, pois não exigem formação em uma área única. As oportunidades variam desde cursos técnicos até ensino superior e especializações.
Nível técnico: eletricistas, técnicos em energia renovável, instaladores de painéis solares, técnicos em edificações sustentáveis.
Nível superior: engenheiros ambientais, agrônomos, arquitetos, urbanistas.
Cursos livres e especializações: ESG, compostagem, gestão de resíduos sólidos, certificações ambientais.
Políticas públicas e incentivos
O Brasil impulsiona a economia verde com programas como o Plano Nacional de Energia 2050, financiamentos do BNDES e incentivos fiscais, como o IPTU Verde para construções sustentáveis.
Em 2024, o governo federal anunciou R$ 470 bilhões em investimentos voltados à bioeconomia e descarbonização. Esses incentivos visam acelerar a geração de empregos sustentáveis e garantir o cumprimento das metas climáticas nacionais.
Impactos na economia e no meio ambiente
Além de ajudar no combate às mudanças climáticas, os empregos verdes trazem benefícios econômicos concretos. Eles aumentam a competitividade das empresas, estimulam a inovação tecnológica e descentralizam o desenvolvimento ao criar vagas fora dos grandes centros urbanos.
Com uma matriz energética majoritariamente limpa e vasto potencial em biodiversidade, o Brasil tem capacidade para liderar a descarbonização da economia global. Os empregos verdes são um dos principais caminhos para alcançar esse objetivo.
(fonte: https://descarbonizesolu1.websiteseguro.com/)