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Poços de Caldas

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Baque Mulher: conheça o grupo de maracatu de Poços de Caldas e São João da Boa Vista

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Maracatu Baque Mulher
Fotos: Samuel Ouana

O Baque Mulher São João da Boa Vista/Poços de Caldas realiza atividades culturais em espaços públicos como o Parque Municipal Antônio Molinari e o Mirante Santa Rita, reunindo mulheres em torno da força e da ancestralidade do maracatu de baque virado. Os ensaios, conduzidos com instrumentos tradicionais como alfaia, agbê, caixa, ganzá e gonguê, são mais que práticas musicais: são encontros de acolhimento, amizade e resistência feminina.

Formado exclusivamente por mulheres, o grupo integra o Movimento Baque Mulher, fundado por Mestra Joana Cavalcante, única Mestra de Maracatu do Brasil, referência internacional de empoderamento feminino. O movimento convida a comunidade feminina a participar da prática musical como forma de socialização, fortalecimento coletivo e protagonismo cultural. Em um país onde os índices de violência contra a mulher permanecem alarmantes, iniciativas como essa criam uma rede de apoio e diálogo, ressignificando espaços e ampliando horizontes para mulheres de todas as idades. A presença masculina é bem-vinda para apoiar, ouvir e prestigiar.

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Desde abril de 2025, os encontros em Poços de Caldas acontecem por meio de contribuições voluntárias. Para fortalecer o núcleo local, o grupo organizou uma rifa e uma vaquinha com o objetivo de viabilizar sua participação no 8º Encontro Nacional do Baque Mulher, que ocorrerá em Campinas (SP), de 20 a 23 de novembro de 2025. Esse evento será um marco para as batuqueiras da região, possibilitando trocas com centenas de mulheres de todo o país e ampliando a conexão do núcleo mineiro-paulista com a rede nacional.

A presença da mulher no maracatu

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Historicamente, a presença feminina no maracatu sempre foi essencial, mas por muito tempo esteve limitada a funções secundárias, sobretudo nos bastidores e nas alas de dança. Nos últimos anos, esse cenário vem se transformando graças à luta de mulheres que desafiaram as desigualdades de gênero e raça.

Nesse processo, a atuação de Mestra Joana Cavalcante foi decisiva. Em 2008, nas ruas do Recife Antigo, ela iniciou encontros com mulheres e meninas da sua comunidade para tocar maracatu. Esses momentos de música e lazer se transformaram também em espaços de debate sobre machismo, violência doméstica e racismo, criando um movimento de resistência que transcendeu as fronteiras de Pernambuco.

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Assim nasceu o Grupo Baque Mulher, inicialmente ligado à Nação de Maracatu Encanto do Pina, mas logo expandido para outros contextos e estados. Em 2016, Mestra Joana articulou o coletivo Feministas do Baque Virado, hoje chamado Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher, que fortalece ações feministas, antirracistas e comunitárias através do maracatu.

Atualmente, o Baque Mulher reúne mais de 700 batuqueiras no Brasil e no exterior, consolidando-se como um movimento social e cultural de alcance nacional, que ecoa a ancestralidade afro-brasileira em cada batida de tambor.

O Baque Mulher em Poços de Caldas

A chegada do Baque Mulher a Poços de Caldas representa um marco importante na expansão do movimento. O núcleo mineiro se conecta ao de São João da Boa Vista (SP), coordenado por Karina de Almeida Mattos, criando uma rede que une mulheres das duas cidades em uma vivência cultural e política, fundamentada na valorização da ancestralidade e na promoção de aprendizagens coletivas.

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Em Poços de Caldas, a coordenação é realizada por Larissa Egídio Bonadero, reunindo batuqueiras como Ariane Marcele Nery Lázaro, Auryana Maria Archanjo, Catarina Mattos, Carol Gatti, Luz Gatti, Pacha Esperanza Gatti, Edinel Mulhanga, Eloiza Helena Ferreira, Fernanda D. Bruno, Julia Montezano Palhares, Karina de Almeida Mattos, Juliana Bonora, Larissa Egídio Bonadero, Maria Helena Passos, Nanci Ferreira, Nanju dos Santos, Simone Ortega, entre outras.

Na cidade, os encontros já vêm ressignificando os espaços públicos e ampliando o acesso da comunidade à cultura afro-brasileira. Além dos ensaios abertos, o grupo promove rodas de conversa, momentos de convivência e práticas de cuidado coletivo, fortalecendo os vínculos entre mulheres e aproximando a população do maracatu.

Objetivo

O principal objetivo do Maracatu Baque Mulher é o empoderamento das mulheres por meio da cultura, promovendo a valorização das raízes afro-brasileiras e combatendo as desigualdades de gênero e raça. O grupo busca criar uma rede de apoio, inspiração e fortalecimento que una mulheres a partir da ancestralidade, da coletividade e da prática musical.

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Atividades

As ações do Baque Mulher em Poços de Caldas são diversas e interligam arte, cultura e transformação social. Entre as principais, destacam-se:

  • Apresentações culturais
    Performances de maracatu de baque virado em eventos, festivais e manifestações culturais, levando ao público a força e a beleza da tradição afro-brasileira.

  • Oficinas e formações
    Atividades práticas de maracatu, canto, dança e percussão, promovendo aprendizado técnico, vivência coletiva e fortalecimento do vínculo com a ancestralidade.

  • Rodas de conversa e debates
    Encontros feministas que abordam temas como violência contra a mulher, saúde mental, equidade de gênero, racialidade e valorização da mulher negra.

  • Intervenções comunitárias
    Ações culturais em escolas, praças e bairros periféricos, sensibilizando e transformando comunidades através do maracatu como ferramenta de inclusão e conscientização.

  • Celebração da ancestralidade
    Eventos e rituais que homenageiam as raízes africanas, os orixás e as matriarcas do maracatu, reforçando a conexão espiritual e cultural das participantes.
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