Um homem com dupla nacionalidade, brasileira e norte-americana, procurado há 15 anos por um assassinato em Miami, foi localizado e preso no Quênia. A prisão foi possível graças a uma operação de cooperação internacional, que contou com a participação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
De acordo com o MP, o crime ocorreu em 2010, quando o acusado, integrante de uma gangue local, teria roubado e assassinado um cidadão norte-americano. Apenas seis dias após o homicídio, ele fugiu para o Brasil usando o passaporte brasileiro, conseguindo escapar da Justiça dos Estados Unidos.
Investigação reaberta em 2024
O caso ganhou um novo capítulo em 2024, quando a Procuradoria de Miami acionou a Secretaria de Assuntos Internacionais (SAI) do MPMG. A partir de então, os investigadores mineiros, com apoio da Polícia Federal, rastrearam o histórico completo de viagens do foragido.
“Conseguimos as informações e depois repassamos à Procuradoria de Miami registros detalhados do passaporte, dos voos e de outros dados de viagens feitas pelo acusado”, explicou o coordenador do SAI, procurador de Justiça Eduardo Henrique Soares Machado.
Prisão no Quênia
As investigações revelaram que, anos depois de se estabelecer no Brasil, o foragido viajou para o Quênia usando novamente o passaporte brasileiro. Imediatamente, as autoridades mineiras repassaram essas informações cruciais para as agências internacionais.
Consequentemente, a Interpol localizou e prendeu o acusado no país africano, encerrando seus 15 anos de fuga.
O crime de 2010 foi tão emblemático que virou tema de um episódio do programa investigativo norte-americano “First 48”, demonstrando a complexidade de um caso que, 15 anos depois, finalmente avança em direção à justiça.
