Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (8), as autoridades policiais revelaram detalhes sobre a investigação do sequestro de uma adolescente de 17 anos, ocorrido na manhã do último dia 6 de outubro. Principalmente, as investigações já comprovaram que o crime foi planejado.
De acordo com o delegado Thiago Henrique do Nascimento Moreira e o tenente Rafael Ananias Nascimento, da Polícia Militar, os criminosos escolheram a vítima para uma extorsão mediante sequestro. O grupo criminoso aguardava a saída da jovem de sua residência, no bairro Marco Divisório, momento em que ela se dirigia a um ponto de ônibus para ir à escola.
O crime
Conforme o relato do tenente, por volta das 7h de segunda-feira, dois indivíduos encapuzados saíram de um Renault Sandero prata e abordaram a jovem. Um deles, portando uma pistola, a forçou a entrar no veículo, onde outros dois comparsas a aguardavam.
Em seguida, os quatro criminosos levaram a jovem para uma área rural próxima à Fazenda do Cocal, onde a mantiveram em cativeiro por aproximadamente quatro horas. Durante esse período, a vítima ouviu ameaças, recebeu agressões físicas e teve as mãos e os pés amarrados com o cadarço do próprio tênis.
Extorsão
Inicialmente, o plano era entrar em contato com o genitor da vítima, um produtor rural da região, para exigir um resgate. No entanto, como não conseguiram contatá-lo, os criminosos mudaram de estratégia. Eles exigiram que a adolescente desbloqueasse seu celular e realizasse transações bancárias.
Após as transações, os sequestradores abandonaram a vítima amarrada na mata. Antes de fugir, efetuaram um disparo para o alto, possivelmente para amedrontá-la e ganhar tempo de fuga. A adolescente, posteriormente, conseguiu se soltar e recebeu ajuda de um motociclista que passava pelo local, que a levou até a casa de uma tia, de onde a Polícia Militar foi acionada.
Prisão dos suspeitos
Assim que as autoridades souberam do crime, iniciaram um trabalho integrado para a localização dos criminosos. Os policiais identificaram o veículo utilizado no crime, cuja placa havia sido adulterada com fita.
Posteriormente, as equipes localizaram e prenderam um primeiro suspeito, que estava com o carro. Dentro do veículo foram encontradas evidências: balaclavas, blusas, touca ninja e óculos, usados para ocultar a identidade do grupo.
Com a prisão do primeiro investigado, as apurações se aprofundaram. Os policiais descobriram que um carro alugado por ele estava sendo usado por outro criminoso, que tentava fugir para o interior de São Paulo. Mas, acabou capturado pela polícia de Campinas.
Investigação
Os dois criminosos presos devem responder por roubo majorado pela restrição da liberdade, concurso de pessoas e uso de arma de fogo. Um deles possui passagem pela polícia por delitos patrimoniais e crimes cibernéticos.
No entanto, as investigações continuam. De acordo com o delegado, pelo menos outros dois indivíduos participaram diretamente do sequestro e ainda estão foragidos. A polícia também rastreia o dinheiro transferido para identificar todos os beneficiários do crime.
