A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) demitiu a médica neurologista Cláudia Soares Alves, professora da instituição. A exoneração ocorre mais de um ano após ela sequestrar um recém-nascido do Hospital de Clínicas da universidade, em julho de 2024.

A portaria de demissão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (3). A UFU baseou a decisão na Lei nº 8.112/1990, que exige conduta compatível com a moralidade administrativa dos servidores públicos.
A universidade instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) em agosto de 2024. Uma comissão ouviu testemunhas, analisou documentos e garantiu ampla defesa à médica através de seu advogado.
A instituição afirmou que a exoneração resultou da “inobservância de normas legais” e “conduta incompatível com a moralidade administrativa”. Como estava em estágio probatório, Cláudia não possui direito a recurso dentro da universidade.
Relembre o caso
O crime ocorreu em julho de 2024, quando Cláudia se passou por uma funcionária chamada “Amanda” no Hospital de Clínicas da UFU. Ela convenceu os pais da recém-nascida a entregarem a bebê para alimentação.
A médica fugiu com a criança dentro de uma mochila amarela. Funcionários desconfiaram de sua atitude quando ela alegou fazer um plantão não programado.
O pai da menina percebeu o sequestro ao notar a demora no retorno. Imediatamente, ele acionou a segurança do hospital e a Polícia Militar.
As investigações rastrearam o veículo da médica, um Toyota Corolla, pela BR-365 até Itumbiara (GO). Policiais encontraram a criança com uma funcionária na casa de Cláudia.
A médica foi presa em flagrante pelo crime de sequestro quando retornou ao domicílio. No carro, autoridades encontraram roupas e acessórios infantis.
Cláudia Soares Alves responde na Justiça de Goiás pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas. Ela mantinha mais de 9 mil seguidores nas redes sociais, onde se apresentava como neurologista apaixonada por medicina.