
A resposta a um requerimento da vereadora Regina Cioffi (PP) trouxe à tona novamente na Câmara o assunto do monotrilho na última sessão ordinária de terça-feira (23).
A parlamentar indaga no documento sobre os laudos realizados para avaliação técnica do modal, qual o planejamento para sua utilização e a relação dos cortes de árvores na avenida João Pinheiro com um provável funcionamento do monotrilho. A Secretaria de Obras Públicas diz que a pretensão é utilizar o transporte para mobilidade da população modo geral e também dos servidores ao Centro Administrativo, que já está em construção ao lado da rodoviária.
Em relação ao corte das árvores, a pasta responde que não há relação direta e que a substituição das espécies está sendo feito como medida de segurança, “pois eram inadequadas para o local e ofereciam riscos de acidentes, como já aconteceram”.
Reativação
A vereadora pede ainda o encaminhamento de um possível plano de trabalho para reativação do monotrilho, ao que a Secretaria aponta que no momento a prefeitura busca colocar em funcionamento o equipamento existente. “Sendo possível tecnicamente, será feito um plano de trabalho para colocar em operação. Não sendo possível serão estudadas outras soluções ou até mesmo a demolição da estrutura”.
Laudos
A Secretaria de Obras Públicas possui dois laudos em suas conclusões. Um realizado pelo engenheiro de carreira da prefeitura Antônio Ernesto Guidugli, especialista em construção civil pela Universidade Federal de Minas Gerais, em novembro de 2021, e outro solicitado pelo Ministério Público de Minas Gerais ao Centro de Apoio Técnico Setor de Engenharia (Ceat), realizado pelo engenheiro civil Jairo Fernandes Borges Ribeiro em junho de 2022.
Patologias
No levantamento técnico feito pelo engenheiro da prefeitura, a conclusão foi que as patologias, que são ‘doenças’ que acometem as matérias-primas da estrutura das construções, existentes no equipamento urbano foram causadas pelo tempo de construção com poucas manutenções (aproximadamente 40 anos), pelas intempéries, grau de poluição, agentes externos, como pássaros através de fezes e carreamento de sementes, galhos e ramos etc. “Concluindo, podemos afirmar que o equipamento urbano até o presente momento não corre risco de colapso, deixando claro que devem ser tomadas providências para a resolução das patologias existentes. As patologias encontradas, causadas pelos fatores expostos, tendem a aumentar e, consequentemente, a piora da situação. Também é recomendado a retirada de árvores e vegetação nas bases e tramos de vigas, ou seja, a estrutura como um todo deve ser limpa de vegetações de pequeno, médio e grande porte. Recomenda-se também que sejam feitos trabalhos de recuperação das peças estruturais mais abaladas, tais como: o aumento da porosidade do concreto que perdeu espessura, a limpeza da estrutura para a retirada de eflorescências, também a recomposição do concreto, onde necessário, para o aumento de sua espessura, até o mínimo recomendado para que fique nas mesmas dimensões das peças que não sofreram perda de massa (vigas), vistorias periódicas, com exames visuais e/ou ensaios para verificação de patologias que possam vir a ocorrer, manutenção periódica para que não ocorra os fenômenos de eflorescências e carbonatações no período. Necessário lembrar novamente que este trabalho foi feito apenas com vistorias “in loco” através de exames visuais e pesquisa em literatura técnica, sendo que não foram feitos testes e/ou ensaios destrutivos ou não destrutivos”.

Colapso
O laudo técnico realizado pelo engenheiro indicado pelo Ceat, através de pedido do Ministério Público, aponta que “analisando os dados coletados nos autos da Notícia de Fato em tramitação no Ministério Público, bem como nas informações e constatações in loco aferidas, é possível concluir que a estrutura do monotrilho de Poços de Caldas não corre o risco de colapsar imediatamente, embora algumas partes da estrutura possam ruir e cair na via pública ou na calçada, se não forem realizadas manutenções adequadas nos próximos seis meses, e até um ano, o que poderá acarretar um colapso estrutural pelo agravamento das patologias apontadas neste laudo”. E ainda, de acordo com o descrito no laudo, é possível concluir que não houve manutenção adequada pela municipalidade na estrutura do monotrilho, sendo a manutenção praticamente inexistente, na verdade, há um estado de abandono em sua maior parte, exceto nas extremidades.