
O pix é uma das maiores invenções do sistema bancário, que facilita as transações eletrônicas instantâneas e sem custos, mas, por outro lado, aumenta os riscos de golpes e fraudes em ambientes digitais. Criminosos criaram diversas maneiras de fraudar a ferramenta, como por exemplo, o comprovante de pix falso.
Diversos estabelecimentos caíram nessa modalidade de golpe, que tem causado diversos prejuízos nos bares e restaurantes. Um falso cliente faz o pedido por telefone ou WhatsApp, anuncia que fez o pagamento por pix e encaminha o comprovante falso.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) do sul de Minas recebeu diversos depoimentos de empresários que caíram no golpe. De acordo com um deles, de Varginha, os criminosos fizeram o pedido, enviaram o comprovante falso e em seguida passaram um endereço fictício para a entrega. Ao chegar no local, o motoboy percebeu a ação, pois os mesmos receberam o pedido na rua.
“Com a correria do dia a dia, acabamos não conferindo se o pix havia caído. No último domingo (23), tentaram aplicar o mesmo golpe no meu outro estabelecimento, mas desde que tomamos o prejuízo, estamos conferindo todos os comprovantes e não autorizamos mais entregas nas ruas. Já consegui localizar o endereço dos golpistas, fui à Polícia Militar fazer o Boletim de Ocorrência e em breve vou tomar as medidas cabíveis”, contou.
Outro proprietário, também de Varginha, conta que por pouco não caiu no golpe. “Já tentaram aplicar o golpe duas vezes no meu restaurante. Eles mandam mensagens no WhatsApp se passando por um cliente, perguntam sobre o cardápio e fazem um pedido grande. No meu estabelecimento, ao fazer o primeiro pedido, preciso fazer um cadastro com telefone e nome completo, mas só envio a comida ao endereço informado após entrar na conta bancária e ver se realmente o pagamento foi realizado. Passei a informação que o pagamento não havia caído e os criminosos sumiram. Após um tempo, entraram em contato novamente e relataram que a bateria do celular havia acabado”, afirmou.
Ainda segundo o proprietário, nesta quarta-feira (26), os golpistas entraram em contato novamente. “Percebi que era golpe pelo tamanho do pedido. Resolvi pedir alguns dados a mais, e ao solicitar o CPF, eles não mandaram os dados e não fizeram mais nada. Temos um grupo no WhatsApp com os proprietários de alguns estabelecimentos. Ao contar minha experiência e alertá-los, um amigo que havia caído no mesmo golpe informou que os telefones dos criminosos eram os mesmos”, disse.
O presidente da Abrasel sul de Minas André Yuki orienta que os empresários criem uma segunda conta bancária exclusiva para pagamentos via pix nos deliveries, para conferir os pagamentos nos extratos bancários. “Alguns bancos oferecem serviços de usuário secundário, onde a operadora de delivery ou o caixa pode conferir o pix creditado, sem acesso à conta jurídica na sua totalidade”, explicou.
Ainda de acordo com André Yuki, além do prejuízo financeiro, há uma questão de risco que os entregadores estão correndo, pois alguns locais são considerados perigosos. “As manifestações e a união dos empresários são importantíssimos fatores para combater e zerar as tentativas de golpes na região”, concluiu. (Fonte: ACS Abrasel sul de Minas)