MEIO AMBIENTE

Viridis contesta apontamentos do MPF e reafirma viabilidade técnica do projeto em Poços

A empresa afirma que o licenciamento ambiental do Projeto Colossus está sendo conduzido “em conformidade com a legislação vigente”
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Viridis contesta apontamentos do MPF e reafirma viabilidade técnica do projeto em Poços
Foto Agência Brasil (ilustrativa)

Após a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e a Câmara de Atividades Minerárias (CMI) suspendam imediatamente a análise da licença prévia do projeto Colossus, em Poços de Caldas, a Viridis Mineração divulgou uma nota oficial defendendo a regularidade do processo e a viabilidade ambiental do empreendimento.

No documento, a empresa afirma que o licenciamento ambiental do Projeto Colossus (SLA nº 634/2024) está sendo conduzido “em conformidade com a legislação vigente”. E que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) foi elaborado por equipes multidisciplinares qualificadas, seguindo metodologias reconhecidas no Brasil e no exterior. A mineradora também ressalta que órgãos ambientais e autoridades públicas participaram de todas as etapas já concluídas. Incluindo audiências públicas.

A Viridis diz “não identificar fundamentação técnica ou jurídica” para retirada do projeto da pauta do Copam, como recomenda o MPF.

Empresa contesta pontos levantados pelo MPF

Entre os esclarecimentos apresentados, a mineradora afirma que não haverá supressão de 98 nascentes, como apontou o MPF. Segundo a Viridis, foram identificadas 98 nascentes no diagnóstico ambiental, mas apenas três serão suprimidas, correspondente a cerca de 3% do total.

A empresa acrescenta que já realizou modelagens hidrogeológicas e estudos de engenharia avançados, que indicariam ausência de impactos relevantes sobre a disponibilidade hídrica local e regional. De acordo com a nota, a captação de água será feita exclusivamente a partir de barramentos existentes, sem novas estruturas.

Reconhecendo o histórico de escassez hídrica em Poços de Caldas, a Viridis afirma estar estruturando, junto ao DMAE, ações para reforçar o abastecimento público, incluindo a linha de recalque e as estruturas de apoio da ETE 5, previstas para contribuir com a segurança hídrica pelos próximos 20 anos.

Mineradora diz que tecnologia dispensa barragem de rejeitos

Outro ponto enfatizado pela empresa é o método de processamento das terras raras. Segundo a Viridis, o tratamento utiliza lixiviação com solução salina de amônio, em pH próximo ao neutro. Permitindo o retorno do material às cavas sem construção de barragens de rejeitos. Ensaios técnicos classificaram o resíduo como não perigoso, conforme a norma ABNT NBR 10.004:2004.

A nota destaca ainda que 75% da água utilizada terá reaproveitamento por meio de sistemas de osmose reversa e ultrafiltração.

Qualidade do ar e distância de áreas sensíveis

Sobre a proximidade de áreas urbanas e hospitalares, a Viridis afirma que os estudos ambientais indicam distâncias “superiores às mencionadas” na recomendação e que as simulações mostram níveis de qualidade do ar dentro dos limites da OMS. Para manter esses padrões, estão previstas medidas como aspersão de água, rotas definidas para o tráfego, cortinas arbóreas e monitoramento contínuo.

Ibama e Anac

A mineradora também rebateu questionamentos sobre ausência de manifestação do Ibama e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Conforme a empresa, a legislação só exige anuência do Ibama para intervenções superiores a 50 hectares em áreas de Mata Atlântica em estágio médio ou avançado. O projeto prevê 17 hectares. A atividade minerária, segundo a Viridis, também não se enquadraria entre aquelas de “potencial atratividade de fauna”, não havendo exigência de parecer prévio da Anac.

Mineradora reafirma confiança no projeto

Ao final da nota, a Viridis Mineração reafirma seu compromisso com “transparência, governança ambiental e melhores práticas internacionais”. E defende a relevância estratégica do projeto Colossus para a transição energética global. A empresa reforça que seguirá dialogando com a sociedade e com os órgãos reguladores até a conclusão da análise do licenciamento.

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