Criminosos incendiaram um ônibus na noite desta terça-feira (4), em Belo Horizonte (MG). Os autores do ataque deixaram uma carta assinada pela facção Bonde dos Malucos (BDM), que ameaça: “vão queimar BH inteira” caso as reivindicações em prol de melhorias do sistema penitenciário não sejam atendidas.
De acordo com o motorista do coletivo, que estava a apenas 15 minutos do fim do seu turno, três homens encapuzados e armados invadiram o veículo e ordenaram que ele saísse imediatamente. Moradores da região, no entanto, relataram ter visto quatro indivíduos – dois em uma motocicleta e dois a pé, carregando um galão de líquido inflamável.
Testemunhas afirmam que um dos criminosos disse ao motorista: “Não é nada contra você”. Em seguida, o grupo ateou fogo ao ônibus e entregou uma carta para que fosse repassada à polícia. Eles ainda ameaçaram frequentadores de um bar próximo, ordenando que ninguém relatasse o ocorrido.
Reivindicações e ameaças
A carta, endereçada à juíza Bárbara Isadora, da comarca do presídio de Ribeirão das Neves, denuncia supostas violações de direitos no sistema prisional. Os autores reclamam de agressões, desrespeito durante atendimentos de saúde e problemas nas visitas de familiares. O texto exige “atenção e fiscalização dos órgãos competentes” e finaliza com a ameaça: “Será somente o início, senão vamos queimar BH inteira.”
Resposta das autoridades
O Corpo de Bombeiros controlou o incêndio, enquanto a Cemig atuou para garantir a segurança elétrica na região. A perícia da Polícia Civil compareceu ao local para coletar provas e recolher a carta.
Em nota, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) informou que acompanha o caso e aguarda os resultados da investigação policial, que apontará se há ligação direta com o sistema prisional. O órgão também detalhou o funcionamento das visitas no presídio Antônio Dutra Ladeira e garantiu que a unidade oferece atendimento de saúde adequado, inclusive com instalações recentemente reformadas. Por fim, ressaltou que as unidades prisionais passam por inspeções periódicas de órgãos de controle, incluindo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
