
Já imaginou uma horta em círculo? Essa técnica está sendo repassada para agricultores familiares de diferentes regiões do Estado, por meio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
O funcionamento com curvas de nível faz com que toda água que cai na horta permaneça dentro dela. Desse modo, é possível reduzir a erosão em locais com mais declives. E aproveitar melhor a água da irrigação em locais planos. A ideia é fomentar uma nova fonte de renda e incrementar a oferta de alimentos.
A ação integra o projeto “Expansão e fortalecimento da cadeia produtiva de arroz em Minas Gerais, com foco em sustentabilidade e segurança alimentar”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Modelo
As hortas agroecológicas circulares consistem em uma estratégia para melhorar a qualidade de vida de pequenos agricultores. Bem como proporcionar novas fontes de renda. O sistema, sustentável e agroecológico, é facilmente replicável em diferentes espaços e condições de solo. O modelo pode receber diversos tipos de hortaliças, leguminosas e frutíferas.
Sul de Minas
Em Perdões, no sul de Minas, serão sete unidades demonstrativas de arroz e seis hortas circulares. “Fiquei sabendo desse projeto e fiz contato com a equipe da Epamig. A partir da parceria, conseguimos implantar três hortas e outras três já estão acertadas”, conta a secretária de Agricultura do município Luciana Arriel.
Uma das hortas, já em fase de produção, pertence ao Projeto Vida Nova, que atende 85 meninos de 8 a 18 anos em situação de vulnerabilidade social. E oferece atividades como música, esportes, noções de preservação ambiental e de plantio das hortas. “Aqui a gente fornece dois lanches diários para os matriculados, e almoço uma vez por semana. Essa horta ajuda muito. Já estamos usando beterraba, alface, tudo. Enriqueceu muito nossa alimentação”, avalia a diretora da instituição Cleuza Maria Augusto Oliveira.
Produtores de hortaliças há sete anos, Dulcineia Carvalho Ribeiro da Silva e Wilson Antônio Ferreira da Silva iniciaram o cultivo circular há dois meses e já notaram algumas diferenças. “As plantas ficaram mais bonitas e é mais fácil de irrigar”, comenta Dulcineia. “Nossa ideia é ampliar o plantio circular”, completa Wilson.
Além de fornecerem alimentos para a merenda escolar, por meio do PNAE, os agricultores também vendem a produção na feirinha municipal, na associação e de forma individual. “Temos acompanhado de perto e visto que o pessoal está gostando do modelo. O sentido circular ajuda na questão da umidade e na prevenção dos inimigos naturais, insetos predadores de pragas”, destaca Luciana Arriel.