A história de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, teve início na manhã de 12 de outubro de 1717, às margens do rio Paraíba do Sul, em Guaratinguetá (SP). Naquela data, três pescadores — Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso — haviam sido encarregados de providenciar peixes para um banquete. O evento seria em homenagem ao conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida Portugal, então governador da capitania de São Paulo e Minas Gerais.
Após sucessivas tentativas sem sucesso, os pescadores estavam prestes a desistir quando João Alves lançou novamente a rede e retirou das águas um pedaço de madeira que parecia parte de uma imagem. Ao tentar outra vez, encontrou o que parecia ser a cabeça da mesma escultura. As duas peças se encaixaram perfeitamente, revelando a imagem de uma Virgem Maria, mais tarde chamada de Nossa Senhora Aparecida, por “ter aparecido” nas águas do rio.
Logo após o achado, os homens voltaram a pescar. E, segundo o relato, as redes vieram cheias de peixes, marcando o episódio que ficou conhecido como a “pesca milagrosa”.
Da casa simples à devoção popular
A imagem foi levada para a casa de Filipe Pedroso, onde começaram as orações comunitárias e rezas do terço. O número de fiéis cresceu rapidamente, e em pouco tempo foi necessário construir um oratório. Substituído em 1737 por uma capela maior para abrigar os devotos.
Da basílica velha à Padroeira do Brasil
O aumento da devoção levou, em 1834, ao início da construção da Basílica Velha, concluída em 1888. A imagem foi coroada em 1904, a pedido do papa Pio X. E o templo recebeu o título de Basílica Menor em 1908. Em 1930, o papa Pio XI declarou oficialmente Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.
A consagração nacional ocorreu em 31 de maio de 1931, no Rio de Janeiro, durante cerimônia que contou com a presença do então presidente Getúlio Vargas, quando a santa recebeu a proclamação de Rainha e Padroeira do Brasil. Em 1967, o Papa Paulo VI enviou à Basílica a Rosa de Ouro, uma das maiores honrarias concedidas pelo Vaticano.
Maior santuário mariano do mundo
A construção da Basílica Nova de Aparecida, o maior santuário mariano do mundo, começou a receber romeiros ainda na década de 1950. O altar recebeu consagração em 1980 pelo papa João Paulo II, que também concedeu ao templo o título de Basílica Menor. Em 1983, a CNBB declarou oficialmente o local como Santuário Nacional.
Desde 1894, o santuário está sob os cuidados dos Missionários Redentoristas, que administram as celebrações e acolhem milhões de fiéis todos os anos.
Visitas papais e fé do povo brasileiro
Três papas já visitaram o Santuário Nacional:
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João Paulo II, em 1980, quando consagrou o altar;
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Bento XVI, em 2007, durante a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe;
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Francisco, em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
A devoção à Virgem Aparecida segue crescendo, impulsionada pela fé popular, pela infraestrutura de acolhimento e pela atuação dos meios de comunicação católicos, como a TV e Rádio Aparecida.
Como destaca o padre Valdivino Guimarães, missionário redentorista, “a força da devoção se renova a cada geração, movida pela simplicidade da fé e pela certeza de que Nossa Senhora Aparecida continua sendo o grande símbolo da esperança do povo brasileiro”.
