O aumento dos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas no Brasil acendeu um alerta sanitário e mobilizou a prefeitura de Poços de Caldas. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Unicamp informou que o país não possui estoque suficiente de antídotos para tratar esse tipo de intoxicação. O problema já resultou em ao menos 22 casos suspeitos ou confirmados em São Paulo, incluindo uma morte e outras quatro em investigação.
O tratamento mais eficaz contra a intoxicação é com fomepizol, medicamento que não está disponível no Brasil e precisa de importação. Em situações emergenciais, utiliza-se o etanol absoluto (puro). Alternativa menos eficaz e que pode trazer efeitos colaterais por manter o paciente em estado de intoxicação etílica durante o processo.
Diante desse cenário, o Procon municipal, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais, emitiu recomendação a bares, restaurantes, supermercados, distribuidoras e demais estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no município.
Orientação
Entre as medidas orientadas estão: aquisição de bebidas apenas de fornecedores com CNPJ ativo. Conferência rigorosa das notas fiscais e rótulos. Verificação de possíveis sinais de adulteração. Preservação de amostras em caso de suspeita e comunicação imediata às autoridades competentes.
Segundo o documento, grande parte das bebidas comercializadas em Poços de Caldas tem origem no Estado de São Paulo, onde se concentram os casos mais recentes. Por isso, a fiscalização será intensificada na cidade.
Além da fiscalização, os órgãos lembram que a adulteração ou falsificação de bebidas destinadas ao consumo humano é crime. Com pena de 4 a 8 anos de reclusão, além de multa.