
O Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente da região Centro-Leste de Poços de Caldas divulgou o relatório semestral referente ao período de 1º de janeiro a 30 de junho de 2025. Segundo o documento, foram atendidas 536 crianças e adolescentes, com 933 casos de violações de direitos registrados, envolvendo 397 famílias.
Os dados mostram que as maiores ocorrências de violação de direitos concentram-se na faixa etária de 0 a 6 anos, no gênero masculino e na etnia branca. A maioria das famílias atendidas possui renda de até 2 salários mínimos. A zona leste do município permanece como a área com maior demanda, com 259 casos atendidos. Seguida pela zona leste central com 126 casos.
Violações
As principais violações observadas foram ausência de diálogo familiar (206 casos), negligência e maus-tratos (115 casos), além de violência psicológica (58 casos) e violência física (30 casos). O relatório destaca também 75 casos de evasão escolar e 105 de baixo aproveitamento escolar. Entre as denúncias de violência sexual, houve registro de 17 casos de abuso sexual intrafamiliar. Além de 6 estupros praticados por agentes externos, 7 casos de assédio sexual e 1 caso de favorecimento à prostituição.
Familiares próximos
O levantamento aponta que a maioria das violações foi cometida por familiares próximos, contabilizando 234 casos. E que os pais são os principais agentes dessas infrações em 82 situações. No primeiro semestre, houve aplicação de 1.020 medidas de proteção a crianças, adolescentes e seus responsáveis, com 561 serviços públicos requisitados. Incluindo saúde, educação, assistência social e estudos para proteção.
Apesar dos avanços, o Conselho Tutelar alerta para a necessidade de maior implementação e aprimoramento das políticas públicas voltadas à infância e juventude em Poços de Caldas. Entre as sugestões estão a implantação de um Cras III na zona leste, a criação de um ponto de apoio ao Cras na região central. E ainda a disponibilização de assessoria técnica para conselheiros tutelares, ampliação do horário noturno de atendimento e a capacitação contínua dos conselheiros, conforme leis municipais.