A Operação Hydra desencadeada na manhã desta quarta-feira (9) fez mais do que deter investigados por crime cibernético. Ela já apurou que mais de 15 mil pessoas já foram vítimas dos golpistas, cinco homens e uma mulher, entre 20 e 22 anos, e que eles teriam lavado parte do dinheiro, aproximadamente R$ 3 milhões, com a compra e venda de veículos de luxo.
A operação cujo objetivo era desarticular uma organização criminosa especializada em aplicar golpes em meio digital vem sendo trabalha a cerca de um ano, ao longo das investigações o delegado Thiago Henrique do Nascimento Moreira e sua equipe conseguiram informações mais que suficientes para pedir a prisão dos investigados e de como funcionava o esquema criminoso.
“Os investigados criavam sites e anunciavam produtos para a venda com a modalidade de dropshipping, que é aquela em que o vendedor não trabalha com estoque, assim o comprador faz a aquisição do produto desejado pelo site do vendedor, que formalizada essa compra efetuando o pedido nas fábricas da China. Os sites dos investigados solicitavam o prazo de três a quatro meses para efetuar a entrega na residência do consumidor, porém após este prazo o produto não era entregue. Quando as reclamações dos consumidores lesados tinham início em sites conhecidos e públicos de reclamação de golpes realizados em meio digital os criminosos derrubavam o sitio eletrônico e habilitavam outros”, explica o delegado.
As investigações identificaram mais de 50 sites criados e derrubados pelos investigados. O bando ainda usava uma estratégia de venda para evitar processos judiciais e criminais. “Todos os produtos tinham um baixo valor, já que o consumidor lesado quando tem um prejuízo de R$ 50 a R$ 100 ele não procura os órgãos de defesa e a polícia para encaminhar suas reclamações, de modo a impulsionar os golpes”, esclarece o delegado.
Para fazer com que seus sites chegassem ao maior número de pessoas possíveis o grupo usava mecanismos pagos de impulsionamento de publicações através das redes sociais. As investigações apontam que a quadrilha gastava em média R$ 100 mil ao mês pelas propagandas.
Com tanto dinheiro em caixa e praticamente sem gastos, já que as mercadorias não eram entregues, os suspeitos passaram a ostentar um patrimônio incompatível com a renda até então declarada a Receita Federal. “Somente com a compra e venda de veículos automotores de luxo verificamos atos de lavagem de dinheiro superior a R$ 3 milhões”. As investigações apontam ainda que o dinheiro arrecadado com os crimes gerou um patrimônio milionário para os suspeitos.
Durante a operação foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva. Foram apreendidos celulares, computadores, documentos, motocicletas, nove veículos de luxo, entre outros objetos.
Após depoimento os investigados foram encaminhados ao presídio onde permanecem a disposição da justiça.
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