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Poços de Caldas

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Presente de grego

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william-oliveiraA área da cultura em Poços é, reconhecidamente, um dos pontos altos da administração atual em uma conquista da classe artística da cidade. O fato de se ter hoje uma Secretaria de Cultura demonstra um grande avanço para a área, aliado ao estabelecimento de uma política de cultura municipal, resultando ainda na conquista da lei 9.144 que instituiu o Plano Municipal de Cultura.

Porém, ler hoje o oficio do DME cancelando o contrato com a Orquestra Sinfônica de Poços de Caldas, ironicamente no apagar das luzes da atual administração, demonstra o descompasso da prefeitura com a orquestra. A falta de harmonia entre a prefeitura e o também diretor-presidente da sinfônica já vinha acontecendo há algum tempo e o ofício vem materializar este descompasso, sob a “batuta “do diretor atual daquela autarquia.

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Recentemente, no concerto de comemoração do aniversário dos 25 anos da Orquestra, milhares, digo, centenas, quer dizer dezenas, bem… alguns jovens compareceram na Urca com faixas de repúdio ao senador Anastasia, um dos homenageados da noite, juntamente com os ex-prefeitos Paulo Tadeu, Sebastião Navarro e Paulinho Couro Minas. Não sem constrangimentos, o maestro da Sinfônica usou o microfone para dizer que respeitava a manifestação, mas, julgava que o evento era de comemoração e agradecimento a todos que tinham de alguma forma auxiliado a trajetória da orquestra ao longo dos anos.

Dias após ao referido evento, a prefeitura publicou matéria nos jornais cujo título foi “Orquestra Sinfônica recebe o maior recurso de incentivo à cultura”. A publicação provocou a réplica do maestro em um artigo denominado “A verdade sobre a Orquestra Sinfônica de Poços de Caldas”, cujo teor revelava o descontentamento do regente com a prefeitura, “ nestes quatro anos da gestão atual, a Orquestra Sinfônica de Poços de Caldas, não foi tratada com o devido respeito”. Além disso, o mesmo artigo citava “ uma grave pendencia com a administração atual e que, infelizmente, terá um caminho judicial a ser percorrido, o que lamentamos”. Depois deste artigo, a prefeitura subiu ainda mais o tom, indo a tréplica com um “esclarecimento à população”.

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Como este artigo está ficando mais longo que a obra musical “As slow as possible” de John Cage, que tem a duração de 639 anos, parece não haver “conserto” na relação entre administração atual e o diretor-presidente da orquestra. Intriga muito o ofício, não somente pelo momento de comemoração de aniversário da orquestra (presente de grego?), mas principalmente pelo conteúdo ao justificar o cancelamento pelo descumprimento do contrato em razão da “ação de caráter político partidário, promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, utilização de logomarca em formato e tamanho sem aprovação da patrocinante e ausência de divulgação sobre o patrocínio da DME”.

Nos parece algo “orquestrado” ou estaremos analisando mal a partitura?

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Finalmente, vale lembrar que a prefeitura já encaminhou convites para a comemoração dos 25 anos da Orquestra, evento a ser realizado na Câmara Municipal no próximo dia 01 de dezembro. Perguntas feitas como se fosse um jogral. Haverá faixas de repúdio à prefeitura por jovens inconformados com a paralisação do contrato pelo DME? Haverá velas acesas ou as luzes oferecidas pelo DME para o aniversário? Será executado um “Parabéns pra você” ou o “Réquiem em ré menor” de Mozart?

*O autor é jornalista, professor universitário, escritor, palestrante e consultor de marketing empresarial.

 

 

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