O famoso Quarup – um grande ritual mortuário realizado pelos povos do Alto Xingu em honra a chefes falecidos – foi retratado pelo professor de História e fotógrafo poços-caldense Caio Pagin Vilas Boas, mais conhecido por Caio Eco, na exposição antropológica “Egitsü”, em cartaz na Urca. Caio realiza um trabalho de alfabetização junto aos indígenas do Alto Xingu e fez as imagens durante os meses de julho e agosto do ano passado.
“A exposição Egitsü é uma tentativa minha – um professor não-indígena – de contar, por meio de imagens e algumas palavras, o rico e complexo ritual fúnebre que ficou famoso pelo seu nome em Tupi: Kuarup. Esse evento, chamado pelos Kuikuros de Egitsü, já foi retratado diversas vezes em filmes, documentários, artigos de revistas e jornais. É a mais importante e sagrada festividade para os povos que habitam a região hoje chamada de Alto Xingu, no Mato Grosso. Lá vivem de forma harmoniosa nove etnias de quatro troncos linguísticos distintos, que são os Tupi, Arawake, Karib e Trumai. Apesar da diversidade de idiomas, comungam de uma identidade cultural, embora existam singularidades. Esse ritual é mais do que a homenagem ao ilustre falecido. É também o momento de encontros, de trocas, de disputas, de demonstração de força e de manutenção da paz. Venha conhecer o “outro” e perceber como somos todos iguais”, convida Caio.
Ele também acrescenta que estará na Urca, no local da exposição, de terça a domingo, a partir das 16h, para conversar com as pessoas interessadas em saber mais sobre o tema.
Serviço
Exposição antropológica Egitsü, com fotos de Caio Eco
Visitação até 16 de fevereiro, das 12h às 18h
Espaço Cultural da Urca
As fotos da exposição estão à venda e 50% do valor arrecadado irá para aldeia indígena