Há oito anos, o olhar romântico e intenso de Gustavo Rodrigues começou a ser usado registrando o que enxergava por aí. Porém, os mais recentes trabalhos feito pelo fotógrafo têm sido ensaios desconstruindo padrões.
“Vivemos em uma sociedade que padroniza tudo, desde a estética até a forma como nos expressamos verbalmente. Tudo segue um padrão, que se compara ao de um gado caminhando rumo ao matadouro, infeliz, mas resignado”, relata o fotógrafo.
Entre os fotografados está o estudante de história Ricardo Senegal. Diferente das propostas que estamos acostumados a ver, da figura do homem negro sendo exposta de forma sexualizada, Gustavo evidenciou os traços negros, numa reflexão sobre resistência.
É o que constata, Ricardo. “O Gustavo rompe com a já famigerada fotografia tradicional que busca ora evidenciar traços brancos na estética negra, ora hipersexulizar o negro como o exótico. Ao contrário, o fotógrafo soube com muita perspicácia dar ênfase nos traços negros evidenciando o contraste entre luz, sombra e tom de pele. Dessa forma, o fotógrafo provou que a fotografia pode ser um instrumento de luta e resistência”.
Além de Ricardo, nas redes sociais de Gustavo estão disponíveis outros ensaios com diversas pessoas em suas particularidades. Também há registros de casais, que têm a sua entrega, o companheirismo, afeto e amor, vistos pelo olhar intenso e romântico do fotógrafo.
“Tenho buscado e sido procurado por pessoas que há muito estavam escondidas atrás de suas asas com medo de mostrar sua voz e se fazerem ouvidas. Pessoas estas que buscam romper com esses padrões e que não concordam que existe apenas um tipo de beleza, que sim acreditam na pluralidade da vida”.