O público lotou o auditório da Urca, na noite de sexta-feira (4), para o encontro com o escritor e dramaturgo Walcyr Carrasco. Autor consagrado de novelas marcantes como O cravo e a rosa, Chocolate com pimenta, Amor à vida, Verdades secretas e a atual O outro lado do paraíso, durante a palestra Walcyr contou um pouco de sua trajetória e esclareceu algumas curiosidades dos presentes.
Walcyr Carrasco formou-se em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Após trabalhar em diversos veículos, publicou seu primeiro livro aos 28 anos e, ao contrário do que muitos imaginam, o famoso autor de novelas começou na literatura infanto-juvenil, segmento onde já teve diversos livros publicados.
Durante o encontro Walcyr falou sobre uma curiosidade bastante comum do público, que é a diferença entre escrever um romance e uma novela. Segundo ele, para escrever uma novela é preciso ter uma técnica. “Cada romance eu me admiro como um autor começa e continua a estória, cada um pode começar um livro de uma maneira surpreendente, com uma frase surpreendente e até com o famoso ‘Era uma vez’. Em novela, ou em televisão, ou em cinema, você tem que ter a técnica dentro de você, mas na hora de escrever você não pode pensar na técnica, primeiro você tem que escrever muita coisa e aí você tem que adquirir essa técnica. Cada cena tem que ser pensada na sua estrutura, tudo é descrito”, enfatizou Walcyr.
Ele também relembrou alguns personagens marcantes e explicou como funcionam os testes para papéis específicos, falou de inspiração e também destacou a escolha de protagonistas. “Tanto o Félix como agora a Clara, se você lembrar bem, o Mateus Solano tinha acabado de fazer novela comigo e a Bianca Bin tinha acabado de fazer ‘Eta mundo bom’ comigo. Durante as gravações eu olhei aquelas pessoas e falei: Nossa, eles dariam ótimos protagonistas! Inclusive, no caso de O outro do lado do paraíso, a Bianca Bin só fazia novela das seis e eu falei: eu quero apostar nela pra novela das nove. Eu falei o tiro certo é ela, ela é o personagem que eu preciso, porque lá em ‘Eta mundo bom’ ela mostrou que era a personagem que eu preciso, ela que eu quero”, destacou.
Quando o assunto é opinião pública, Walcyr fez questão de destacar que a opinião do público faz a diferença, até mesmo na hora de mudar o destino de um personagem. Com o costume de inserir assuntos polêmicos, superação e temas que estão em discussão na sociedade, Walcyr comentou que a novela, como é o caso da que está no ar atualmente, a qual aborda abuso sexual infantil, acaba ajudando pessoas e até mesmo incentivando denúncias. “Eu não sei como esses assuntos vêm, mas acho que a sociedade quer falar sobre isso. Estava na hora de falar. A trama realmente pegou porque traz a realidade para a ficção”, diz.