Os clientes são recebidos pessoalmente pelo dono e chefe de cozinha, sempre com o sorriso aberto e constante. Ele é Walter Araújo, que comanda a Cantina do Araújo, em Poços de Caldas.
A história desse lugar começou há 62 anos, em junho de 1955. A tradição partiu dos pais, João de Araújo e Edimina Pereira de Araújo, que vieram de São Paulo (SP) para conhecer as águas sulfurosas. Na época, não existia pizzaria com forno à lenha em Poços e o casal aproveitou a oportunidade para começar essa história de sucesso.
Um dos destaques do restaurante é a pizza, feita com massa de alto padrão. “A receita que fazemos hoje é a mesma que meu pai fazia. Exatamente por isso é notável, é uma massa que ele aprendeu a fazer com um italiano em uma casa onde ele trabalhou como garçom. Na época estava acontecendo a introdução da pizza em São Paulo (SP)”, conta Walter.
Hoje, o chefe de cozinha comanda esse que é o restaurante mais tradicional da cidade. Quem passa pela rua Assis Figueiredo, no coração da cidade, tem um show à parte, com os pizzaiolos preparando a massa na hora. O imponente forno à lenha também fica à mostra, rodeado por diversos ingredientes. Chega até a ser uma atração turística, com crianças e adultos que observam admirados.
O local já foi frequentado por grandes personalidades brasileiras, de diferentes áreas, de Tancredo Neves e Fernando Henrique Cardoso a Bernardinho e Hortência. Logo na entrada, o mural dos clientes mostra uma infinidade de grandes nomes que provaram os pratos do chefe.
No cardápio, a pizza é acompanhada por peixes, bacalhau, carnes e massas caseiras. Um dos destaques é o polpetone, suculento e muito pedido. “A minha participação na cozinha é total. Todo o receituário da minha cozinha, dos molhos, sou eu que comando. De vez em quando eu peço algum prato e não falo que é para mim. Porque é importante avaliar, ver se tem erro. Mas nosso índice de acerto, graças a Deus, é total”, avalia Araújo.
Para o chefe, a qualidade e o reconhecimento são o mais importante. “Lembro até de um fato pitoresco. Um cliente estava sentado na primeira mesa e ajoelhou conversando comigo. Ele disse que conseguiu comer um molho que a ‘nona’ fazia há 70 anos. Isso vale mais do que dinheiro, mais que tudo na vida. É o prazer de viver”.