Eis que o frio chega, alguns comemoram efusivamente, outros (me incluo) choram a partida do calor. Mas se tem algo que gregos e troianos do clima concordam é que no frio as pessoas ficam mais elegantes. Sobretudos, botas e meias deixam qualquer um na estica, porém, contudo, entretanto, eu, que sou do contra e não concordo nem com gregos e nem com troianos não estou de acordo com esse título de elegância do frio. É uma enganação, minha gente. É uma elegância disfarçada, sou muito mais a “despojadice” do verão.
Aquele sobretudo é, na verdade, um disfarce para as camadas e camadas de roupa que estão escondidas, é segunda pele por baixo da blusa do pijama que tá por baixo da caxarrel de lã de 30 anos atrás. A bota esconde as duas meias, uma que vem até o joelho e outra que é mais grossa e atende apenas o pé, geralmente elas são coloridas, cada uma de uma cor, e são extremamente necessárias para que os pés não congelem. O cachecol vem para dar um quentinho no pescoço e dar um charme no look, que por fora, tá ó, uma elegância que só.
E quando ficamos em casa, nossa, aí é um desfile de estilo. Chinelo com meias, meias de dedinhos que fazem com que pareça que temos mãos no lugar dos pés, conjuntos de moletons que geralmente são aqueles de mil novecentos e bolinha, de soft, já que ele é o mais quentinho de todos. Uma belezura que só.
No calor as roupas são o que são no que diz respeito ao estilo, não dá pra esconder, é aquilo que vocês está vestindo e pronto, tanto em casa, quanto na rua. Pode não ser tão bonito ou elegante, mas é mais sincera.
E eu, que não sou nenhum pouco imparcial no que diz respeito ao clima (#teamCalor), defendo a sinceridade das saias, sandálias e vestidos do que a elegância velada dos sobretudos.
*Texto escrito num dia muito frio, no qual a colunista estava vestindo um conjunto de moletom de soft roxo e meias de dedinhos com bolinhas coloridas.
*Karol Dias é formada em jornalismo pela PUC-Campinas e fez curso de moda com Maria Prata.