O instrutor de esportes radicais Matheus Barbosa Silva passeava pelo Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas quando encontrou um livro esquecido em um dos bancos do local. Embalado por um plástico filme, a obra vinha com um aviso destacado na capa: “Você esta abrindo um livro que foi esquecido. Sinta-se à vontade para lê-lo e depois esquecê-lo novamente por qualquer parte da cidade”.
O romance, intitulado “Os cem melhores contos brasileiros do século”, faz parte do acervo do BiblioArte Lab, laboratório comunitário de inovação em leitura que reúne jovens estudantes dos ensinos fundamental e médio na Biblioteca Centenário. Há cerca de duas semanas, participantes do projeto promoveram a ação Livros Esquecidos e deixaram, propositalmente, as obras em algum local pelo qual passam diariamente.
“A maior parte dos livros aqui são de adolescentes, de aventura, ficção, esse tipo de tema. Eles [participantes do BilioArte Lab] costumam pegar e levar para casa. Mas a gente queria estender isso para além das pessoas que vêm aqui. Passar adiante. Porque percebemos que, para o adolescente, compartilhar experiências é muito importante. Por isso, a ideia é que as pessoas que encontrem esses livros postem nas redes sociais com a hashtag #Livrosesquecidos e isso se dissemine”, explica o assessor de imprensa Marcelo Ribeiro Ricciardi.
Matheus encontrou o livro no Museu e levou para casa já no primeiro dia do projeto. Ele conta que começou a ler a obra, mas ainda não terminou. “Estou gostando. É muito diferente o estilo de vida, fala da época da escravatura. Li alguns que contam do início do Carnaval. É bem interessante”, comenta. A coletânea traz contos produzidos no Brasil desde os anos 1900, com obras de autores de renome como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Lygia Fagundes Teles, entre outros.
O jovem afirma que vai continuar essa corrente.”Ainda não li tudo, porque tem muitos contos, mas assim que terminar vou fazer isso”, finaliza.
Pontos escolhidos
Além do Museu, os alunos mapearam vários outros locais na cidade para deixar os livros. Segundo Marcelo, as postagens nas redes sociais ajudam bastante a atingir o maior número de pessoas possível.
“Começamos há duas semanas e já tivemos um retorno muito bacana. Várias pessoas que não conhecemos encontraram os livros e tiraram fotos, postaram a hashtag. Isso atinge mais gente, causa um impacto maior”, ressalta.
Sobre o BilioArte Lab
O BiblioArte LAB é realizado pela ONG Casa da Árvore desde o ano passado, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. Atualmente, conta também com o apoio do Programa Ibero-americano de Bilbiotecas (Iberbibliotecas) e do Instituto Alcoa. Quem quiser saber mais sobre o projeto, é só curtir a página no Facebook ou ir pessoalmente à Biblioteca da Urca, de segunda a sexta, das 14h às 17h.