Sobrevivente do Holocausto conta a própria história no Flipoços 2016

Literatura
Nanette Konig: sobrevivente do Holocausto, contemporânea de Anne Frank, com quem conviveu. (Foto: Márcia Batista)
Nanette Konig: sobrevivente do Holocausto, contemporânea de Anne Frank, com quem conviveu. (Foto: Márcia Batista)

O Holocausto foi um dos capítulos mais macabros da Segunda Guerra Mundial. Mas é algo que não passa em branco na história da humanidade e na literatura, que também se pauta em fatos reais. No Festival Literário de Poços de Caldas (Flipoços), o tema será abordado por uma escritora que sofreu na pele os horrores da perseguição nazista contra os judeus durante a guerra: a holandesa Nanette Blitz Konig, radicada no Brasil.

Uma grande curiosidade na vida da escritora é que ela conheceu Anne Frank, adolescente alemã de origem judaica, que viveu grande parte da vida na Holanda, autora de “O Diário de Anne Frank”, um dos livros mais conhecidos e emblemáticos em todo o mundo sobre o Holocausto. Nanette, aliás, é citada no famoso diário. Essa convivência faz parte do livro da holandesa, “Eu sobrevivi ao Holocausto – o comovente relato de uma das últimas amigas vivas de Anne Frank”, publicado em 2015. “Considero a Nanette, antes de tudo, uma heroína. Portanto, não tenho dúvidas que será uma das escritoras que mais chamarão atenção no Flipoços 2016”, diz Gisele Ferreira, curadora e diretora da GSC Eventos Especiais, empresa que criou e organiza o evento há 11 anos.

No Flipoços 2016, Nanette participa de uma mesa sobre Holocausto e Segunda Guerra Mundial, intitulada “Minha amizade com Anne Frank”, no dia 07 de maio, às 16 horas, no Teatro da Urca.  Ela estará ao lado de José Luiz Goldfarb, um dos intelectuais brasileiros que mais entendem da cultura judaica no país, graduado em física pela Universidade de São Paulo, e mestre em filosofia e história da ciência pela McGill University, no Canadá.

Vida difícil

Nanette, hoje com 86 anos, perdeu toda a família em um campo de concentração. Não entende até hoje como conseguiu sobreviver. Quando foi resgatada, pesava apenas 31 Kg e estava sozinha no mundo, ainda adolescente.  Levou três anos para se recuperar do cativeiro – teve tifo, tuberculose e pleurisia. Ela se estabeleceu definitivamente em São Paulo, no final da década de 1950, com o marido, John Konig, onde educou os três filhos.

Em 1999, a escritora, que tem, ainda, seis netos e quatro bisnetas, iniciou um trabalho pela memória do Holocausto, ministrando palestras. Oportunidade em que conta a própria história e a de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. E é justamente essa dolorosa e comovente experiência que ela traz ao Flipoços 2016. Mais informações sobre o Flipoços no site do evento, que está totalmente atualizado e que, em breve, contará com a programação completa.

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