O colunista do Poços Já, José Nário, lançou no último sábado (7) o livro infantil “Lelezinho vai à escola”. A cerimônia ocorreu durante o I Encontro de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, campus Muzambinho.
O livro conta a adaptação de um pintinho deficiente ao ambiente escolar. Na sala de aula, os colegas são papagaios, maritacas e pardais, entre outros bichos. Enquanto Lelezinho é desrespeitado por eles, consegue encontrar amigos trabalhando em um circo. Junto aos artistas, entende que todos tem limitações, mas também possuem habilidades incríveis. “O recurso da humanização do personagem é traduzir de forma lúdica e fantasiosa, bem ao gosto das crianças, o drama de viver em um mundo que não é feito para os deficientes. Especialmente os deficientes físicos e as suas grandes limitações de mobilidade”, diz José Nário.
A primeira história, “Lelezinho, o pintinho que ciscava pra frente e andava pra trás”, foi publicada em 2010, como trabalho de conclusão de curso do autor e do ilustrador José Carlos Palma. Eles eram alunos do curso de Licenciatura para Graduados do IF. No ano seguinte, o livro foi levado a dez escolas de Muzambinho e duas de Cabo Verde. José Nário conta que a experiência foi muito proveitosa e incentivou a continuidade do projeto.
A dupla participou da primeira apresentação nas escolas, quando foi realizada uma leitura compartilhada. Em seguida, o ilustrador ministrou uma rápida oficina de desenho. As crianças foram incentivadas a levar os livros para casa e ler para a família. O resultado, avaliado na semana posterior, foi produtivo. “O objetivo principal, que era avaliar se a leitura poderia influenciar de alguma forma no comportamento das crianças, foi plenamente alcançado. A grande maioria delas demonstrou preocupação e solidariedade com os colegas deficientes”, explica o autor. O restante do trabalho nas escolas foi feito por alunos do Instituto.
Esse trabalho continua no próximo ano, da mesma forma. Porém, a intenção é que o livro chegue a mais cidades da Associação dos Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG). A expectativa é que a vida do Lelezinho continue a inspirar cada vez mais crianças. “Diante de tantas injustiças e dificuldades impostas aos deficientes, creio que essas singelas historinhas podem funcionar muito bem no ambiente escolar e no meio familiar para conscientizar as pessoas”, conta o autor.