A média semanal de mortes por covid-19 caiu 57% em Poços de Caldas, de acordo com estudo feito pela Unifal. O levantamento compara os dados das últimas quatro semanas e aponta que o resultado da imunização começa a aparecer no Sul de Minas, mas alerta para a possibilidade de colapso na saúde.
Nas três semanas anteriores, a média de mortes cresceu 100%, 244% e 26%. A média semanal de internações também chama atenção: subiu 924% na semana do dia 19, mas caiu 49% e 92% nos períodos seguintes. O levantamento utilizou dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde.
Vacinação
O estudo conclui que a imunização dos idosos a partir dos 70 anos está surtindo efeito na redução da mortalidade. De acordo com o levantamento, Poços de Caldas aplicou a primeira dose em 99,2% do público acima de 80 anos, 89,5% dos 75 aos 79, 99,5% dos 70 aos 74, 98,9% entre 65 e 69 anos e por enquanto 17,7% entre 60 e 64 anos.
O índice diminui quando o assunto é a segunda dose. Apenas 62,3% das pessoas acima de 80 anos retornaram aos postos de vacinação, 94% dos 75 aos 79 anos, 93,2% dos 70 aos 74 e 40,4% dos 65 aos 69 anos. A faixa de 60 a 64 anos começou a receber a primeira dose agora, por isso não apresenta estatísticas. O índice também pode ser menor devido à aplicação da vacina Astrazeneca, que requer intervalo de 90 dias.
Apesar disso, os pesquisadores alertam para o aumento das internações, que pode novamente colapsar o sistema de saúde. “Um dado preocupante é que o mês de abril registrou uma proporção de internação entre os casos de 10%, superior à média de 7% dos meses anteriores. Assim, apesar de não ocorrer aumento no número de mortes, a pressão pela ocupação de leitos pode continuar e aumentar, mantendo o risco do colapso hospitalar. É urgente diminuir o ritmo de novos casos para se evitar a pressão sobre o sistema de saúde e diminuir o risco do surgimento de novas variantes. O Sul de Minas registra tendência de estabilidade de novos casos, diminuição de internações e óbitos, refletindo a situação do estado. Dada a lentidão no ritmo da vacinação, o desafio de diminuir o surgimento de casos é mais urgente ainda e imediato diante da proximidade do Dia das Mães”, resume o estudo.