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Buraco começou após chuva forte
Buraco começou após chuva forte

“Está todo mundo revoltado”. Essas são as palavras do comerciante Thiago Capobianco, que tem um supermercado em frente à Avenida Irradiação, bairro Quisisana. O local se transformou em uma enorme cratera em janeiro deste ano, quando parte do asfalto cedeu devido ao rompimento da tubulação.

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Thiago conta que o lucro nunca mais foi o mesmo. Desde que o trânsito ficou impedido no local, os fregueses diminuíram cerca de 50%. “Tem muita gente que passava aqui todo dia e agora só vem no final de semana. Quando a gente pergunta o por quê, dizem que é por causa da cratera, que agora tem que dar uma volta muito grande para chegar.”

O comerciante também está preocupado com a possibilidade de acidentes graves, principalmente com crianças. “Em dias de sol, é comum ver meninos e meninas brincando aqui, correndo e soltando pipa”.

Quem compartilha dessa preocupação é a funcionária pública Viviane de Jesus da Silva, que mora no bairro. “Não tem mais calçada para os pedestres. É ainda mais perigoso para quem vai buscar o filho na creche e tem que passar aqui. Com a chuva, o buraco vai aumentando. Até onde vai? A gente não sabe.”

Além disso, a imprudência no trânsito é evidente. Em apenas trinta minutos no local, a reportagem do Poços Já flagrou diversos motociclistas rompendo o isolamento e passando pela lateral. Os moradores contam que algumas motos já caíram no buraco.

Apesar do isolamento, motociclista passa pela lateral da cratera
Apesar do isolamento, motociclista passa pela lateral da cratera

Demora

Apesar do problema ter ocorrido há quase sete meses, as obras ainda não foram iniciadas. De acordo com o secretário municipal de Obras, Aldo Foltz Hanser, a demora ocorreu porque foi preciso fazer um projeto de redimensionamento, para avaliar qual seria o tamanho ideal do novo tubo.

O secretário adianta que o trabalho deve começar no mês de agosto. A licitação seria concluída no dia oito de julho, mas uma das empresas participantes contestou o resultado. Ele não soube dizer detalhadamente o motivo, mas assegura que o processo termina ainda neste mês.

Aldo explica que a tubulação era de metal, material inapropriado para esse tipo de obra, onde há a junção de dois córregos. Os novos tubos serão de concreto. Outros locais da cidade, como o rio próximo à Escola Estadual Francisco Escobar, tem o mesmo problema. Por isso, é feita uma verificação a cada cinco anos ou mais, de acordo com a situação.

O aposentado Loir da Silva sofre com as enchentes.

Enchentes

As obras são necessárias também para evitar que a água invada as casas vizinhas. Com a tubulação destruída, as enchentes se tornaram mais frequentes e agressivas. O aposentado Loir da Silva mora na Avenida há 44 anos e conta que nunca teve tanto prejuízo.

No início do ano, a garagem da casa dele foi tomada pela água, que subiu cerca de meio metro. No local, havia um jipe e um carro. O motor do jipe ficou estragado e o prejuízo no outro veículo também foi grande. “Minha irmã pagou R$250 para limpar o carro. Tivemos que tirar a água com caneca. Das outras vezes vinha muita sujeira, mas só. Faz 44 anos que moro aqui e nunca houve uma enchente tão grande. Eu já perdi as esperanças.”