
Vereadores do sul e do sudoeste do Estado participaram de audiência pública da Comissão de Participação Popular, nesta quinta-feira (10), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). E apresentaram as principais demandas de investimentos nas rodovias locais. Os responsáveis pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) receberam as reivindicações e informaram os projetos em curso e as intervenções previstas.
Poços de Caldas esteve representada pelos vereadores Lucas Arruda (Rede), Tiago Braz (Rede) e Douglas Eduardo (União), presidente da Câmara Municipal.
Os deputados Ricardo Campos (PT), Ulysses Gomes (PT) e Rodrigo Lopes (União) marcaram a audiência por solicitação do presidente da Câmara Municipal de Caxambu, vereador Mário Alves, organizador de uma frente parlamentar para defender a recuperação da malha rodoviária nessas regiões.
Problemas
Segundo os vereadores, falta de manutenção, problemas de sinalização, buracos, falta de acostamento e pistas simples e estreitas trazem impactos significativos no desenvolvimento econômico, na segurança e na qualidade de vida da população.
Para o vereador, o Governo do Estado despreza as estradas do sul e do sudoeste, não contempladas com obras. Representantes da Câmara de Caxambu reforçaram a necessidade de manutenção e melhorias de vias como a MGC-267, que liga o município à BR-381. Trechos federais que passam por Caxambu, a exemplo das BRs 267 e 354, também foram citados.
O vereador Iran Parreira, de Passos, ressaltou o direito da população de ir e vir com tranquilidade e segurança. No caso específico do município, ele pontuou que a nova fábrica da Heineken e o Hospital Regional do Câncer mobilizam um grande número de veículos, superior à capacidade da malha. As MGs 344 e 444 passam pela cidade, conectando-a a Itaú de Minas e Capetinga, respectivamente.
O deputado Rodrigo Lopes abordou a complexidade da situação das rodovias no Estado, que conta com 22 mil quilômetros sob responsabilidade do DER.Cortadas por rodovias federais a cargo do Dnit e têm trechos não pavimentados que exigem muita manutenção. E ainda outros trechos privatizados.
O deputado Ricardo Campos enalteceu o esforço do Dnit para a reparação possível das estradas federais. Mas ponderou não ver o mesmo avanço em outros trechos estaduais, como na MG-167, em Três Pontas. Ele ainda salientou que boa parte dos recursos investidos nas rodovias mineiras é decorrente do acordo de reparação pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019.
Já os deputados Dr. Maurício (Novo), Duarte Bechir (PSD) e Antônio Carlos Arantes (PL) elogiaram os avanços no cuidado com a malha mineira, a maior do país, na gestão do governador Romeu Zema.
Dnit e DER apresentam investimentos
O superintendente regional do Dnit no Estado, Antônio Gabriel Santos, classificou a malha federal que perpassa Minas como a mais importante do Brasil. “Tudo chega, fica ou sai daqui. A comparação seria com o aeroporto de Guarulhos”, frisou.
Segundo ele, em 2024 o governo federal investiu mais de R$ 700 milhões na sua malha de 4,8 mil quilômetros no Estado. Em 2025, a expectativa é chegar a R$ 800 milhões. O índice de condição de manutenção (IMC), usado pelo Dnit para a avaliação das estradas, indica que 63% estavam em boas condições. E apenas 2% consideradas péssimas.
No sul de Minas, o superintendente citou, por exemplo, a conclusão da pavimentação na BR-265, entre Alpinópolis e Jacuí. E a manutenção das BRs 267 e 354.
Rodrigo Tavares, diretor-geral do DER, negou que o Governo do Estado tenha descaso com o sul de Minas. Conforme informou, 13 obras de recuperação estão em andamento na região. A mais importante delas, ressaltou, é a da MGC-267, a partir de Caxambu.
O projeto de restauração e ampliação, com acostamento, terceira faixa e novas interseções, deve ser concluído até o fim do mês de setembro.
O secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno, destacou o investimento recorde nas rodovias mineiras no ano passado, de R$ 2 bilhões. Ainda a valorização dos contratos de manutenção nas unidades regionais do DER e a exigência, no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), de gastos com infraestrutur. Para melhores condições de pagamento do saldo devedor com a União.