
Os professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) anunciaram uma paralisação para a próxima quarta-feira, 28 de maio, em protesto contra o projeto de lei que propõe a transferência da instituição para o governo federal. A proposta, protocolada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pelo governador Romeu Zema (Novo), integra um pacote de 12 projetos voltados à adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag).
Haverá adesão da Universidade em Poços de Caldas. A redação do Portal Poços Já conversou com o diretor da unidade da UEMG em Poços, professor Mário Ruela Filho. Ele esclarece o assunto.
O diretor explica que a proposta envolve a entrega de patrimônios públicos, móveis e imóveis, de diversas autarquias mineiras, incluindo a Universidade, como forma de quitar parte da dívida do Estado de Minas com a União.
Federalização
“Dentro dessa proposta está a intenção de passar para a União os bens da Universidade, com o intuito de uma suposta federalização da gestão da UEMG. Mas sabemos que a União não pretende assumir novas despesas. Ela pode aceitar o patrimônio para abater a dívida, mas a gestão, não. E esse patrimônio representa menos de 0,3% da dívida do Estado”, argumenta Ruela.
Além disso, conforme o diretor, o governo também protocolou um projeto que autoriza a concessão onerosa, ou até mesmo a venda, dos bens da Universidade. O que, na prática, poderia significar a privatização ou extinção da instituição. “Não se trata de federalização. Trata-se de um desmonte disfarçado”, afirma ele.
Insegurança
A principal preocupação dos servidores e docentes é a ausência de qualquer garantia no projeto sobre o futuro da comunidade acadêmica. Atualmente, a UEMG possui 22 mil estudantes, cerca de 1.700 professores e 600 servidores administrativos. O projeto de lei não esclarece o que acontecerá com esses profissionais e estudantes caso a proposta seja aprovada.
“Essa proposta não explica o que será feito com os alunos, com os professores, com os servidores. A insegurança é total. Por isso, todas as 22 unidades da UEMG no Estado decidiram aderir à paralisação. Estamos mobilizados contra essa tentativa de privatização travestida de federalização. Nossa luta é pela preservação da universidade pública estadual”, concluiu Mário Ruela.
Paralisação
A paralisação do dia 28 será acompanhada de atos e manifestações por todo o Estado de Minas Gerais, reforçando a resistência da comunidade acadêmica à proposta do governo estadual.
Em Poços, o diretor pontua que haverá também a paralisação e alguns atos que estão sendo discutidos e preparados.