
Na manhã desta quarta-feira (21), por volta das 10h30, moradores de Poços de Caldas presenciaram uma cena alarmante na avenida Bianucci, nas proximidades de uma revenda de gás. Um grupo numeroso de macacos foi visto atravessando a via em direção à mata do outro lado da pista, quando um dos animais acabou sendo atropelado. Segundo relatos de uma protetora que passava pelo local, o macaco agonizou por muito tempo no asfalto. Entretanto, o motorista envolvido no acidente não parou para prestar socorro.
Desequilíbrio ambiental
A situação evidencia uma realidade preocupante em Poços de Caldas. O crescente deslocamento de animais silvestres para áreas urbanas.
“Eles saem em busca de alimento, de segurança ou até mesmo por causa do desequilíbrio ambiental que muda seus habitats. Aquela região da avenida tem trechos de mata preservada, abriga diversas espécies, inclusive desses macaquinhos. Mas o tráfego intenso de veículos tem colocado em risco a vida dos animais. E ainda dos motoristas e pedestres, visto que também podem ser encontrados cavalos e outros bichos de grande porte andando pela via”, comenta a protetora Flávia Pettarin.
Perigos
Segundo ela, os moradores da área olham com apreensão a presença constante de macacos nas redondezas e a travessia frequente da avenida. “É uma questão de tempo até que ocorra um acidente mais grave. O risco é tanto para os bichos quanto para os humanos que, ao tentar desviar dos animais, podem se envolver em colisões”, alerta Flávia.
Ela ainda ressalta que o atropelamento ocorrido hoje serve como um triste lembrete da urgência de ações integradas entre órgãos ambientais, poder público e sociedade civil. “É necessário garantir tanto a proteção da fauna quanto a segurança da população”, reitera ela.
Coletivo
Os participantes do Coletivo da Causa Animal também se manifestaram sobre o caso. “Essa situação reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção da fauna silvestre, além da criação de medidas para conter os macaquinhos, como passagens de fauna, sinalização adequada, controle do descarte de alimentos que atraem animais e fiscalização ambiental para preservar seus habitats”, diz Daniel Maiochi, um dos integrantes.