
Abril de 2025 registrou a segunda maior média global de temperatura já medida para o mês, segundo o Observatório Europeu Copernicus. Com 1,51°C acima da média do período pré-industrial (1850–1900), o mês ficou atrás apenas de abril de 2024 e representa mais um sinal do agravamento da crise climática.
Os dados vêm da base ERA5, considerada uma das mais robustas para análise do clima. Eles mostram que a média da temperatura global da superfície do ar foi de 14,96°C — valor aparentemente modesto, mas que traduz um cenário preocupante: é o segundo mês de abril consecutivo a ultrapassar o limiar crítico de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.
Anomalias
Regiões como norte da Ásia, Ártico, Península Antártica, Oriente Médio e partes da Europa e América do Norte tiveram anomalias de até +7°C em relação à média 1991–2020. Entre os recordes regionais estão o abril mais quente já registrado nos Emirados Árabes (com média de 42,6°C) e o recorde absoluto de temperatura na Irlanda para o mês (25,9°C).
Além disso, a temperatura da superfície dos oceanos também bateu recordes: a média global foi de 20,89°C, tornando abril de 2025 o segundo mais quente já registrado nos mares. O Pacífico ocidental e o Atlântico Norte mostraram aquecimento persistente, apesar do enfraquecimento do El Niño.
Limite
Este é o 21º mês dos últimos 22 a ultrapassar o limiar de 1,5°C. O padrão de aquecimento, cada vez mais constante e intenso, escancara o fracasso das medidas globais de mitigação. Segundo especialistas, no ritmo atual, o planeta antecipa em 70 anos os impactos previstos para o fim do século. Incluindo eventos extremos como secas, enchentes, ondas de calor e perdas de biodiversidade.
Os números são um chamado urgente para que os governos e sociedades deixem de postergar medidas estruturais de combate às mudanças climáticas. E passem a agir com a velocidade e escala necessárias para evitar consequências ainda mais graves.