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Poços de Caldas

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Capela de Santa Cruz: devoção no alto da colina

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Capela de Santa Cruz: devoção no alto da colina
Fotos Juliano Borges-Poços Já

No Brasil, a devoção e a festa de Santa Cruz, celebrada em 3 de maio, foram trazidas pelos colonizadores portugueses. Os jesuítas costumavam fixar em frente das cabanas indígenas as cruzes, que acabaram figurando no devocionário dos mamelucos, mestiços e caboclos. Os guaranis a chamavam de “Santa Curuzu” e os tupis de “Santa Curuçá”.

Morro do Itororó

Em Poços, a primeira morada da capela da Santa Cruz foi no morro do Itororó. Segundo o padre Ismael Francisco Martins, vigário da igreja Nossa Senhora da Saúde, consta nos arquivos da matriz um escrito do padre Alcidino Gonçalves Pereira, intitulado Monografia Histórica, na página 5, parágrafo terceiro, que diz: No alto do morro do Itororó, em 1894, foi edificada pelo sr. Manoel Barbosa de Vasconcellos, uma capela em honra da Santa Cruz, a qual hoje já não existe sendo demolida há uns dois anos. “Padre Alcidino finalizou esta monografia em 12 de setembro de 1920. Ele quis fazer um relato histórico da cidade para entregar ao novo bispo que chegava do Norte”, complementa padre Ismael.

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Segundo a historiadora Nilza Megale, o pequeno templo era circular e tinha em frente um cruzeiro. No entanto, conta-se que ele não chegou a ser utilizado para as práticas litúrgicas.

Capela de Santa Cruz: devoção no alto da colina

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Morro da Santa Cruz

Em 1895, outro pedido de construção da capela da Santa Cruz foi feito, desta vez por Fernandes José Lopes. Ele edificou a pequena capela no morro próximo do Largo Senador Godoy (atual praça Pedro Sanches). A colina recebeu o nome de Santa Cruz até que lá fosse instalada a igreja de Nossa Senhora de Fátima.

Foi concedida, pelo bispo D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, a permissão para que ali pudessem ser celebradas missas e outros atos litúrgicos, “contanto que a capela esteja decente, provida de paramentos e objetos indispensáveis ao culto”. Fernandes foi nomeado zelador e tesoureiro da capela.

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A partir de então, iniciou-se o costume da festa da Santa Cruz, que era precedida por um tríduo, com missa e procissão solene. A via de acesso à capela consistia em uma escadaria. O primeiro lance ia do solo até o topo do barranco, em vão livre, com cerca de vinte metros de altura. Dali para frente, a escada era em ziguezague até chegar à capela.

Reforma

O tempo fez com que a pequena capela necessitasse de reformas. Em 1919, Fernandes Phellipe Marascchi, mais conhecido por “Filipão”, reconstruiu o templo. Pedro Bertozzi, que tinha um comércio na esquina da rua Assis com a rua Piauí, juntamente com um servente, Sílvio Alves, estavam entre os voluntários da reforma. “Meu avô colocou, no alicerce da capela, uma caixa de metal contendo recortes de jornais da época, algumas cédulas e cartas alusivas ao acontecimento”, conta o neto, também chamado Pedro Bertozzi (falecido recentemente). O pequeno templo funcionou normalmente até a inauguração do santuário de Nossa Senhora de Fátima, em 1968. Em 1985 ela foi tombada pelo Patrimônio Histórico de Poços de Caldas e houve, então, uma restauração, com doações da comunidade, sendo finalizada em novembro de 1987.

Congos

É costume dos ternos de congos abrirem a capela da Santa Cruz no dia 3 de maio para realizar o ritual da bênção solene dos mastros. Eles são carregados pelos capitães de congo dos ternos de Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora do Carmo.

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Segundo a jornalista Jesuane Salvador, em seu livro Valei-me São Benedito – A história da Congada em Poços de Caldas, os congados chegam com a chave da centenária capela, onde os freis os aguardam.

“Capitães, reis e rainhas de congos entram de joelhos na capela, trazendo velas acesas. Elas significam que o templo passa a ser iluminado para que as almas alcancem graças no dia de Santa Cruz. Lá dentro fazem orações pedindo a graça da luz para as almas necessitadas. Depois recebem a benção dos freis que também abençoam os mastros. Está completado o primeiro ponto da peregrinação para a abertura do tempo sagrado das almas”, explica Jesuane.

A festa em honra à Santa Cruz não acontece mais em Poços, tendo sido incorporada aos festejos de São Benedito.

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