O presidente da DME Participações Sérgio Azevedo participou da sessão da Câmara Municipal de Poços de Caldas durante a noite de terça-feira (29). A convocação partiu dos vereadores Tiago Braz (Rede) e pastora Mel (União).
Os principais assuntos em pauta foram a realização do jantar comemorativo de 70 anos do DME e a nomeação do ex-prefeito como presidente. A sessão completa está disponível neste link.
Jantar comemorativo

Azevedo informou que o jantar comemorativo de 70 anos do DME será cancelado. O motivo foi a moção assinada pela Câmara com este objetivo, questionando o valor de R$ 129 mil para realização do evento.
De acordo com o ex-prefeito, o planejamento do jantar ocorreu nos mesmos moldes da comemoração de 60 anos, realizada em 2015. Em valores atualizados, o evento de 60 anos custou R$ 115 mil e agora seriam R$ 129. Apesar do mesmo cardápio e da locação do mesmo salão, a principal diferença seria a instalação de uma brinquedoteca.
O presidente da DME alegou que o objetivo seria confraternizar com colaboradores, aposentados e terceirizados. Desde a publicação do edital, o tema gerou polêmica. “Porém, este assunto acabou tirando o brilho que a festa teria, os funcionários também não têm mais clima para poder comemorar dessa forma, então esta festa não será mais realizada”, comentou Azevedo.
Repasses para a prefeitura e outros assuntos

A apresentação incluiu os valores que a DME repassou para a prefeitura de Poços de Caldas nos últimos anos. São os seguintes: R$ 30 milhões em 2020, R$ 24 milhões em 2021, R$ 52 milhões em 2022, R$ 46 milhões em 2023 e R$ 55 milhões em 2024. Além disso, Sérgio informou que recebeu a DME com R$ 520 milhões em caixa, no início de 2025.
Azevedo também informou que Poços de Caldas tem a quinta menor tarifa de energia elétrica do país (0,578), atrás de Cocel (0,528), Hidropan (0,541), Eflul (0,554) e Eletrocar (0,571). O valor baixo é decorrente do repasse abaixo da inflação. De 2017 a 2024 a inflação foi de 50,77% e a tarifa subiu 23%, segundo o presidente.
Quanto aos projetos futuros, o destaque é a construção de usina fotovoltaica para atender prédios públicos, assim como das usinas hidrelétricas Cipó, Marambaia, Boa Vista e Fervedor. Além disso, há estudos para geração de energia por meio de resíduos sólidos e esgoto. O ex-prefeito também ponderou que a DME venceu, em 2024, o prêmio de melhor distribuidora do país em cidades com menos de 500 mil consumidores.
Nomeação para presidente da DME Participações
Vereadores questionaram a nomeação de Sérgio Azevedo a presidente da DME Participações. De acordo com a denúncia apresentada pelos parlamentares, a legislação impede que ele esteja neste cargo devido à participação na campanha do atual prefeito Paulo Ney (PSDB) e também pela falta de experiência no setor elétrico.
Segundo Azevedo, a nomeação ocorreu após parecer jurídico da procuradoria-geral do município e com a aprovação do conselho de administração (6 votos favoráveis e um contrário). Por outro lado, o comitê de avaliação estatutário emitiu parecer negativo.
O atual presidente alega que participou apenas como cabo eleitoral para eleição do Paulo Ney, mas que isso não configura um cargo oficial na campanha. Além disso, ele disse que a questão foi judicializada e que a decisão da Justiça será respeitada.
Dívidas do município
O vereador Tiago Braz questionou o aumento da dívida do município durante as duas gestões de Sérgio como prefeito. De acordo com os números apresentados, a dívida subiu de R$ 91,9 milhões em 2016 para R$ 461,6 milhões em 2024. Também havia restos a pagar de R$ 82 milhões para o ano de 2025.
Sérgio destacou a falta de repasses do governo estadual e a pandemia de covid-19 como os principais motivos para o aumento da dívida. Ele também afirmou que este é um problema nacional e que, em valores atualizados, a dívida subiu cerca de 10%.
Quanto ao pagamento da dívida, ele afirma que a concessão do turismo, o estatuto do servidor e a atração de indústrias serão suficientes. “Em pouco tempo, em médio prazo, isso vai estar resolvido”, afirmou.