O fenômeno La Niña está oficialmente ativo, segundo anúncio da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) nesta quinta-feira (9). Caracterizado pelo resfriamento das águas na porção central e leste do Oceano Pacífico Equatorial, o La Niña impacta diretamente o clima global, incluindo o Brasil.
O La Niña é conhecido como a “fase fria” do El Niño. Os dois fenômenos envolvem anomalias de temperatura da água do mar na porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, na costa do Peru. O El Niño é o aquecimento acima da média nesta grande região oceânica e o La Niña é o resfriamento.
Efeitos do La Niña no Brasil
No contexto brasileiro, o La Niña geralmente provoca aumento de chuvas no Norte e Nordeste, enquanto reduz precipitações no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul. Além disso, favorece o deslocamento de frentes frias pela costa do Sul e Sudeste, intensificando os corredores de umidade e contribuindo para a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
Embora a ZCAS cause transtornos como alagamentos e deslizamentos, também é essencial para a recuperação de mananciais e reservatórios. No entanto, a estiagem em partes do Sul pode trazer desafios para o setor agrícola.
Perspectivas para o verão 2025
Meteorologistas destacam que o La Niña deste ano será fraco e deve persistir até o fim do verão, com transição gradual para uma condição de neutralidade climática. Durante esse período, espera-se maior frequência de chuvas volumosas no Nordeste e na Amazônia, além de risco elevado de estiagens no Rio Grande do Sul.
Segundo Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, é fundamental monitorar outros fatores climáticos, como a Oscilação de Madden-Julian (OMJ) e a Oscilação Antártica (AAO), que podem alterar os padrões de chuva e temperatura no Brasil.
O La Niña promete, mais uma vez, influenciar de forma significativa o clima brasileiro, demandando atenção especial de setores como agricultura, energia e defesa civil.
(Fonte: Climatempo)