“Eles não tiveram participação nenhuma no roubo”. Esta é a afirmação do delegado Thiago Henrique Moreira do Nascimento, responsável pelas investigações do caso de assalto contra um motorista de aplicativo.
Os esclarecimentos sobre a decisão de liberar dois homens, de 21 e 24 anos, detidos como suspeitos do crime foram apresentados à imprensa durante uma coletiva na manhã desta quinta-feira (9).
O delegado abriu a coletiva relembrando o assalto, ocorrido segunda-feira (6), quando um motorista de aplicativo foi esfaqueado e golpeado com uma chave de fenda ao reagir a um assalto. Depois ele explicou que quando da localização do veículo os homens foram detidos. Um que estava na casa onde o carro tinha sido escondido, e outro por também ser morador do local.
A partir do reconhecimento informal de um dos suspeitos, as investigações precisaram ser aprofundadas. “Eles negaram de forma veemente qualquer participação no crime. Tendo informado que um amigo havia solicitado para guardar o carro que havia acabado de adquirir na garagem deles, tendo o pedido sido aceito”, esclarece.
Os investigados afirmaram ainda que estavam trabalhando, por isso a polícia foi até esses locais, onde conversaram com os empregadores, que confirmaram a versão deles. E ainda apresentaram imagens de câmeras que os mostravam no local no momento em que o assalto estava acontecendo. “Com isso a gente pode confirmar que os dois estavam trabalhando no momento do crime, ou seja, eles não tiveram participam nenhuma no roubo que está sendo objeto de investigação”, pontua Thiago.
Receptação
Com a participação no roubo descartada, os questionamentos são sobre a decisão de guardar um carro roubado, se essa ação também não se enquadraria em crime.
Diante disso, o delegado explica que existe sim uma investigação neste sentido por receptação. Porém, esse indiciamento ainda não tem bases legais para ser feito. “Ouvindo os envolvidos e analisando a dinâmica do trabalho deles, bem como a análise das conversas do celular, que eles prontamente nos deram acesso, não verificamos nenhum elemento que indique que eles sabiam que aquele carro era produto de roubo”, explica. “É importante lembrar que o crime de receptação exige a intenção de que eles soubessem que aquele carro que estava guardado na casa deles era produto de crime e, a princípio, essa informação a gente não consegue comprovar porque todas as informações que já coletamos indicam que eles não sabiam”, acrescenta.
Com isso, ambos os investigados foram liberados e vão aguardar o andamento do inquérito em liberdade.
Agora, as investigações retornam para a localização dos reais autores do crime, que já foram identificados.
Por fim, o delegado acrescentou que a vítima recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (8) e se recupera em casa. O carro dele também já foi restituído.