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A Palavra se fez luz… e, depois, criança

Enfim, o Poema Eterno se revela na beleza do universo. Primeiro se fez luz e estrelas, sol e lua. Depois, passou a habitar nas águas cristalinas que nascem nas altas e imponentes montanhas e escorrem para os vales, contemplando a exuberância dos bosques floridos. Desde então o Poema Eterno se deixa encontrar nas delicadas asas das borboletas e nas pernas fortes das formigas, na elegância dos cisnes e na gentileza das garças. Pode ser ouvido por toda parte, no apupo das corujas, na batida das asas dos colibris e no coral das rãs.

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Mas quando o universo ficou maduro, sim, na plenitude do tempo, que é quando o cotidiano fica sagrado, foi então que a Poesia Eterna, que outrora por amor havia dado à luz a Luz e as Estrelas, o Sol e a Lua, finalmente se fez Criança e habitou entre nós cheia de ternura e bondade, que é a maior de todas as verdades. (cf. Jo 1.14)

Na aurora do mundo, a Palavra, grávida de luz, gestou um universo de amor e deu à luz um bebê tão meigo que a humanidade pode aconchegá-lo carinhosamente nos braços. Deus no colo. Por isso…

Nós te saudamos e acolhemos em nosso coração,

ó eterna criança nascida em Belém,

Deus de Deus, Luz de Luz!

Celebramos aquEle a quem os céus não podem conter,

contudo aconchega-se no calor dos braços humildes da humanidade;

aquEle que, sendo o Senhor do universo,

hospeda-se em uma modesta estrebaria;

e, tendo a história nas mãos,

dorme tranquilo numa rústica manjedoura.

Que a tua estrela nos aponte o caminho;

Que para toda gente haja paz e não falte o pão.

Envia o teu Sol sobre nós neste Natal e no advento de cada novo dia.

(Luiz Carlos Ramos, professor e teólogo. Professor de humanidades, pastor de gentidades, cientista de eternidades)