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Jessica Balbino propõe oficinas para desafiar estereótipos entre jovens estudantes

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Jessica Balbino propõe oficinas para desafiar estereótipos entre jovens estudantes
Foto Dani Alvisi

No cenário escolar, onde as pressões estéticas e o preconceito relacionado ao corpo impactam a juventude, o projeto “De Quem é Este Corpo?” emerge como uma iniciativa poderosa para promover a aceitação corporal e desafiar estigmas entre adolescentes.

Organizado e ministrado pela jornalista e escritora Jessica Balbino, o projeto leva à Escola Padrão, dias 7 e 8, uma série de oficinas de escrita e produção de fanzines que visam estimular a reflexão crítica e a expressão pessoal dos alunos sobre o próprio corpo e as narrativas culturais que o cercam. “De Quem é Este Corpo?” é um projeto realizado com recursos do edital de Patrocínio da Secretaria Municipal de Cultural de Poços de Caldas e conta com a produção da Lavanda Cultural, que tem à frente Dani Alvisi e Bibi Rodriguez.

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No centro da proposta está a criação de um espaço seguro e acolhedor para que adolescentes do Ensino Fundamental II possam compartilhar suas experiências, aprender sobre a influência da sociedade na autoimagem e desenvolver novas perspectivas sobre o corpo e a diversidade. Com idade até 14 anos, os alunos são convidados a refletir sobre temas como gordofobia e estereótipos estéticos, questões cada vez mais presentes na rotina de jovens expostos a padrões rígidos e irreais de beleza.

Oficinas

As oficinas também possibilitam que os estudantes transformem e compartilhem suas histórias e visões sobre o corpo em fanzines, que são pequenas publicações artesanais que estimulam a criatividade e o protagonismo juvenil. “Escrever a partir do próprio corpo é um ato revolucionário e de resistência”, destaca Jéssica Balbino, cujo trabalho reflete uma profunda investigação sobre a gordofobia e a representatividade dos corpos na literatura e na mídia.

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Com sessões dinâmicas que incluem atividades de escrita e rodas de conversa, o projeto se propõe a desconstruir os preconceitos associados aos corpos gordos e outras corporalidades dissidentes. “A gordofobia é um problema estrutural, mas muitas vezes invisível para quem não a vive. É fundamental que esses jovens tenham um espaço onde possam se expressar e reconhecer que seus corpos são dignos de afeto e respeito”, acrescenta Balbino, que também traz para o projeto sua obra “Gasolina & Fósforo – Meu Corpo em Chamas”, explorando, de forma literária, os impactos pessoais da gordofobia.

Além de incentivar a autoestima e o respeito mútuo, o projeto vai sistematizar as produções dos alunos em um zine coletivo, que será lançado na própria escola e convertido em e-book, ampliando o alcance das reflexões e das vozes dos jovens envolvidos. Ao promover a aceitação corporal e o entendimento crítico sobre a estética imposta pela sociedade, “De Quem é Este Corpo?” propõe mais do que uma atividade extracurricular, explica a produtora Dani Alvisi. “O projeto é uma intervenção que visa colaborar para a construção de um ambiente escolar mais inclusivo, onde cada jovem possa enxergar o próprio corpo como parte de sua história e potência de expressão”. Estima-se que a ação impacte ao menos 200 estudantes, fomentando uma cultura escolar de diversidade e respeito à individualidade.

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Jéssica Balbino

Jessica Balbino é jornalista, escritora e mestre em Comunicação pela Unicamp, com forte atuação na área de literatura marginal e representatividade periférica. Reconhecida por seu compromisso com narrativas transformadoras, Jessica é autora dos livros Traficando Conhecimento e Gasolina & Fósforo: meu corpo em chamas, além de ser a idealizadora do Margens, projeto que destaca a produção literária de mulheres periféricas. Com artigos publicados no Estado de Minas, Puta Peita, e veículos como Uol e BuzzFeed, ela aborda temas como corpos, literatura e cultura marginal.

Jessica é curadora do Insurgências Gordas, primeiro curso com intelectuais gordas do Brasil, e foi jurada de prêmios renomados, como o Jabuti, Caminhos e o Arte como Respiro, do Itaú Cultural. Seu trabalho foi premiado pelo Governo de Minas Gerais e pelo Ministério da Cultura, e é referência em literatura periférica na Universidade de Berlim.

Na área literária, Jessica já fez curadoria de festivais como a Flima e a Flic, e participou de eventos como a Flip e a Flup. Além disso, produziu projetos como o clube do livro Lá na Laje e o ciclo Margens, no Itaú Cultural. Entre suas muitas contribuições, Jéssica também foi reconhecida pelo Centro Cultural de São Paulo como uma das 100 mulheres que mais promovem a cultura no Brasil.

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