Em apenas quatro meses de funcionamento, o Ambulatório de Dor Crônica Complexa (AMBDor), localizado no Hospital da Zona Leste, alcançou números impressionantes. Desde sua inauguração, o serviço já realizou 537 procedimentos fisioterapêuticos e 538 consultas. Essas consultas foram distribuídas entre 126 sessões de fisioterapia, 121 de psicoterapia, 115 de enfermagem e 176 consultas médicas. A equipe do ambulatório é composta por fisioterapeutas, médicos ortopedistas, psicólogos e assistentes sociais, todos especialistas em dor crônica.
Poços de Caldas é a terceira cidade do Brasil e a única em Minas Gerais a contar com um ambulatório de dor mantido exclusivamente pelo SUS. A importância do serviço é evidente, já que os custos diretos e indiretos com a dor crônica superam os relacionados a doenças cardiovasculares, diabetes e câncer.
Superando as expectativas iniciais, o AMBDor tem atendido atualmente 64 pacientes, muito além da meta de 20 a 30 por mês. Aproximadamente 90% dos pacientes atendidos conseguiram deixar de frequentar serviços de urgência e reduzir o uso de medicações adicionais, como opióides e analgésicos. Além disso, dos pacientes com dor cervical e lombar crônica, 10 apresentavam indicação cirúrgica, mas, após a evolução no tratamento, não precisam mais dessa intervenção.
Critérios de atendimento e evolução do serviço
O ambulatório oferece tratamento para pacientes com mais de 14 anos, que sofrem com dor crônica por mais de seis meses. E que não estão grávidas. Condições como fibromialgia, enxaqueca, dores nas costas e pescoço e artrite estão entre as principais tratadas pelo serviço. O encaminhamento para o AMBDor é feito pelas Equipes de Saúde da Família (ESF), onde o clínico geral realiza uma avaliação inicial. O tratamento dura 12 semanas, com possibilidade de prorrogação conforme a necessidade.
O acompanhamento é feito tanto presencialmente quanto remotamente, otimizando o atendimento e permitindo que novos pacientes ingressem ao longo do mês.
Além dos benefícios diretos para os pacientes, o tratamento da dor crônica traz impactos sociais, econômicos e psicológicos positivos. Considerando que um terço da população brasileira sofre com dor crônica, a criação do AMBDor é uma resposta necessária e impactante para a saúde pública.
Os resultados já obtidos evidenciam o sucesso do serviço e o potencial transformador desse ambulatório para a comunidade de Poços de Caldas.