Após a anulação da sentença de condenação, Gustavo de Araújo Ribeiro e Jonathan Vinícius do Rosário Venerando vão ser novamente levados a júri popular nesta quarta-feira (9) em Poços de Caldas. Eles são acusados de estar envolvidos na morte de Clayton Magno de Souza em 2022 em um linchamento com pás, foices e enxadas.
O julgamento está marcado para ter início às 8h30 no fórum local. A defesa de Jonathan será realizada pelos advogados Gabriel Felipe Carvalho Silva e Lucas Gomes Flauzino, enquanto Gustavo terá a defesa apresentada por Caike Mateus Pereira.
Está é a segunda vez que os réus vão a júri popular. A primeira aconteceu em agosto de 2023. No entanto, a sentença condenatória foi anulada pela justiça, em segunda instância, a pedido do Ministério Público.
Gustavo aguardava o novo julgamento no presídio de Alfenas e Jonathan em Formiga.
Anulação
O pedido de anulação e da realização de um novo júri foi proposto pelo Ministério Público. Segundo o órgão, Gustavo foi condenado a 19 anos e oito meses de reclusão, no entanto, não há provas de que ele tenha agido por violenta emoção por conta de uma provocação da vítima. E sim que agiu, de acordo com as provas do processo, previamente acordado para matar a vítima.
Já em relação ao réu Jonathan, então condenado por lesão corporal seguida de morte, a 10 anos de reclusão, o MP destacou ser inconcebível a desqualificação do crime de homicídio para lesão corporal, também por ter se unido aos demais com o único objetivo de matar a vítima.
O desembargador relator, ao analisar o caso, acatou o pedido da promotoria, fazendo com que os réus voltem a ser julgados pelo tribunal do júri.
Já o réu Silvio, também julgado no mesmo júri de Gustavo e Jonathan, teve a pena reduzida de 25 anos para 23 anos de reclusão.
O caso
Clayton Magno de Souza foi linchado no Jardim Kennedy II após ter sido identificado por moradores da região como sendo o autor de uma série de furtos no bairro, inclusive em uma creche.
Imagens de câmeras de segurança registraram o crime, mostrando cinco pessoas cometendo as agressões. Clayton chegou a ser socorrido, com uma perfuração no pulmão e traumatismo craniano grave, mas não resistiu.
Na época, a polícia identificou que as ferramentas usadas no crime foram encontradas em uma obra na rua Estanho. Uma pá suja de sangue foi apreendida.