A cada ano, a demanda global por recursos naturais ultrapassa a capacidade do planeta de regenerar esses recursos ao longo de 365 dias e, em 2024, essa data, conhecida como Dia da Sobrecarga da Terra, será em 1º de agosto. Em apenas sete meses, a humanidade consumiu todos os recursos naturais disponíveis para o ano, gerando resíduos e gases de efeito estufa além da capacidade de absorção do planeta.
Em outras palavras, é o dia em que começamos a viver “no vermelho” em termos ecológicos, utilizando mais do que o planeta pode sustentar a longo prazo. Para realizar este cálculo, a organização Global Footprint Network divide a biocapacidade da Terra de gerar recursos pelo consumo de recursos naturais. Depois, multiplica-se o número pela quantidade de dias no ano.
Atualmente, para atender os padrões de consumo da humanidade – e isso inclui também toda a estrutura construída para sustentá-la – seriam necessários 1.7 planetas Terra.
Data chega mais cedo
Em 1970, a data do Dia da Sobrecarga foi em 29 de dezembro. Isto significa que a humanidade impôs apenas dois dias de “sobrecarga” da sua atividade na Terra. Mas em 2024, a data é em 1º de agosto. Ou seja, de 54 anos para cá a sobrecarga de atividade humana para o planeta saiu de dois dias para cinco meses (considerando que temos agosto todo pela frente ainda). O mais preocupante é que a cada ano, essa data chega mais cedo (com raras exceções). Em 2023, ela foi em 2 de agosto.
Os números apontam a urgência de mudar nossos hábitos de consumo, limitar o desperdício, incentivar o recondicionamento e reciclar tudo o que pode ser reciclado. Especialmente porque, se olharmos para os casos individuais de cada país, boa parte das potências mundiais atingem este limite antes mesmo do meio do ano, como os EUA que entraram em sobrecarga no dia 14 de março.