Em Deadpool e Wolverine a Marvel Studios assume a culpa pelos fracassos recentes. Para se redimir, Kevin Feige entrega uma série de referências, homenagens e surpresas. Por fim, tudo isso soa como o melhor jeito de pedir desculpas aos fãs e iniciar uma nova fase, a dos filmes bons.
A metalinguagem, a autocrítica e a quebra da quarta parede não são mais novidades, mas novamente firmam a base para que Deadpool e Ryan Reynolds brilhem como sempre. O humor ácido continua funcionando, assim como as cenas sangrentas e as coreografias criativas nas lutas.
Outro ponto positivo é o reencontro do caminho para o sucesso. Perdida em meio a dezenas de séries e filmes que deveriam se conectar, agora a Marvel precisa mostrar algo mais sólido ao público. A história de redenção dos anti-heróis é um clichezão, mas funciona.
É evidente a dificuldade do roteiro para fazer o público entender tudo q está acontecendo, quem são os personagens, seus mundos e linhas do tempo. Infelizmente, a própria Marvel criou uma perigosa armadilha para si.
Aliás, há muitas conveniências no roteiro. Mas tudo bem, porque desta vez a falta de pretensão está clara. A diversão, as risadas e a emoção estão ali e isso importa muito mais.
Existe química entre os protagonistas, mas no geral o elenco é cheio de canastrices. Tudo bem, ainda temos alguns panos no estoque.
Em resumo, Deadpool e Wolverine reverencia todo o passado dos filmes de super-heróis de uma forma bastante esperta. Ponto para a Marvel e bom para o público, que fica com a expectativa renovada para novas produções do estúdio.
*João Araújo é jornalista, dramaturgo, documentarista, ator e palhaço.