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The Boys | Crítica da quarta temporada

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The Boys - quarta temporada
The Boys terá quinta e última temporada

A quarta e penúltima temporada da série The Boys chega ao fim. Com ela, também terminam os enredos melodramáticos e desnecessários, assim como a demonstração das estratégias golpistas e a desmistificação da extrema direita que salvam os episódios da mediocridade.

Desde o início desta temporada, a série original do Prime Video evidenciou a mudança do tom político. Agora mais direto, menos sugestivo. Porém, é difícil acreditar que algum desavisado tenha assistido as três anteriores sem perceber que a obra é uma grande crítica à ascensão da extrema direita.

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Talvez esse engano aconteça porque a violência e as excentricidades recorrentes em The Boys formem uma cortina de fumaça para quem não quer enxergar o óbvio. Infelizmente, a ignorância e a polarização continuam sendo grandes obstáculos para que os extremistas possam, quem sabe um dia, cair em si.

Atenção, a partir de agora teremos spoilers!

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Deu ruim

A sensação final é de que o público foi enrolado esse tempo todo. Os mais diversos arcos levaram os personagens, inclusive protagonistas, a lugar nenhum. A lista é grande!

– Hughie, a morte do pai e a reconciliação com a mãe: essa história rendeu cenas impactantes, mas que não tiveram consequências sólidas. Tudo para que Hughie levasse Neuman ao encontro dos Boys. Os roteiristas não conseguiram pensar em nenhum outro jeito?

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-Francês e Kimiko: o casal mais carismático da série deu um verdadeiro, longo e exaustivo giro de 360° e voltou aonde nunca devia ter saído. O que foi aquela prisão voluntária do Francês? Eu respondo: falta de assunto.

-A redenção de Trem-Bala: este é um arco mais rico e agradável de assistir. Inclusive, a cena em que o menino sorri para o herói é uma das melhores de toda a série. Porém, mais uma vez, o personagem e sua trajetória são subaproveitados. O roteiro enganou quem achava que ele morreria, mas também enganou quem achou que o Trem-Bala teria alguma importância no clímax da temporada.

Falando em clímax, faltou aquela cena de ação que diz “estamos no último episódio e vamos mostrar algo grandioso”. A quarta temporada ainda teve outros problemas, como a reviravolta mais previsível de todas (alucinações de Billy Bruto), os contratempos familiares de Leitinho (com os quais ninguém se importa), o sofrimento de Luz-Estrela (que poderia ter sido bem trabalhado), a manutenção de Ryan em cima do muro (num cansativo vai e volta) e o tal vírus que não serviu pra nada (pelo menos por enquanto).

Deu bom

Sim, apesar de tudo isso The Boys continua relevante! A série diverte e ao mesmo tempo questiona o panorama político atual. Ainda dá vontade de assistir a quinta e última temporada, mas a lista do que deu certo é pequena.

– A manipulação da massa: com a chegada de Mana Sábia e Espoleta a série passou a valorizar outro tipo de super poder, a influência. As personagens mostram dois extremos de um mesmo grupo, ou seja, a cabeça pensante que dita os próximos passos e a boca que repete com carisma tudo que é orientada a dizer. Destaque para a cena em que Capitão Pátria faz um discurso sem pé nem cabeça sobre governantes transgêneros, mas é interrompido.

– A morte de Victoria Neuman: por essa ninguém esperava.

– O desfecho e o gancho: a execução do plano golpista trouxe um pouco de surpresa para o episódio final. Isso porque os fãs de The Boys entenderam as pistas do roteiro e previram os rumos da quarta temporada, mas a consumação do golpe ocorreu de forma diferente do imaginado. Além disso, a fuga dos Boys e a prisão de alguns deles deu um tom sombrio e realista para a série.

A história recente da humanidade já avisou muitas vezes. Agora, The Boys relembra: os  perigosos extremismos, fanatismos e etecetera podem em breve bater à sua porta. Em tempos eleitorais, não custa avisar mais uma vez.

*João Araújo é jornalista, dramaturgo, documentarista, ator e palhaço.

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