A estação do inverno se aproxima e faz com que 8 em cada 10 empresários do seguimento de vestuário e acessórios, tecidos e artigos de cama, mesa e banho, e calçados e artigos de viagem sejam impactados positivamente pelo período, conforme pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG.
O inverno, que terá início em 21 de junho e termina em 23 de setembro, impactará mais empresas desses setores frente a 2023, de acordo com a expectativa dos empresários. Atualmente 77,1% deles esperam impacto positivo com o inverno, 12,7 pontos percentuais superior ao último ano, quando o impacto positivo foi de 65,0%.
Os empresários do varejo que sofrem impacto da data acreditam que as vendas serão melhores ou iguais à última temporada em 60,4%. Proporção menos expressiva que em 2023, quando 74,6% dos varejistas esperavam vendas iguais ou melhores que o inverno anterior. Os motivos que levam 6 em cada 10 comerciantes crerem na melhora nas vendas são o inverno rigoroso (36,6%), otimismo (32,1%), consumidor está comprando mais (13,0%), diversidade de produtos (10,7%) e esperança (10,7%).
Com as vendas no período de inverno, 40,0% dos empresários esperam um impacto em suas vendas entre 10,1% e 30,0%. Já para 24,5% dos pesquisados, o incremento é mais intenso, entre 30,1% e 60,0%.
Para Gilson Machado, economista da Fecomércio MG, o período de inverno é uma excelente oportunidade para o aumento das vendas entre os meses de junho e setembro. Isso porque os consumidores tendem a ir ao comércio para comprar itens para o período em que a temperatura fica mais amena no país.
Ainda de acordo com o economista, mesmo que as mudanças climáticas façam com que o inverno não seja de temperaturas mais baixas como já foi no passado, o período ainda tem a incidência de sensação térmica mais baixa, costumes estabelecidos. E ainda a estação tem o seu charme, o que contribui com as vendas de inverno.
Perfil de venda
No período de inverno o consumidor deve gastar em torno de R$ 266,22, um tíquete médio superior ao mesmo período do último ano em 8,4%. Pois em 2023 o gasto médio esperado foi de R$ 245,65. “O tíquete mais elevado mostra que o empresário espera um aumento real no gasto médio do consumidor. A inflação nos últimos 12 meses, maio de 2023 a abril de 2024, é de 3,7%.”, destaca Machado.
A forma de pagamento que mais deve ser utilizada pelo consumidor para realizar as compras é o cartão de crédito parcelado, com 62,8%, seguido do crediário/carnê/caderneta (13,7%) e Pix (8,0%). Os meios de pagamentos utilizados mostraram mudança na proporção em relação ao último ano, no qual o cartão de crédito parcelado foi de 51,6%, Pix de 15,2% e crediário/carnê/caderneta de 10,2%.
“Com o tíquete médio mais elevado para a data, é comum o uso do cartão de crédito em parcelas para dissolver o valor em alguns meses e o consumidor não sentir o peso da compra de forma imediata. Ao passo que a compra pode impactar outras necessidades caso ocorra de forma imediata”. Destaca Machado.
Com o início do inverno na segunda quinzena de junho, quase a metade dos empresários esperam que o maior movimento dos consumidores vai ocorrer antes do início da estação, marcada para o dia 21 de junho. Há comerciantes que esperam que o período de vendas mais intenso aconteça mais cedo, ainda em maio, e aqueles que esperam que o maior fluxo ocorrerá mais para o fim do período de inverno.
Investimento
A nova estação já está próxima e 77,7% dos lojistas estão prontos para atender as demandas de inverno em 2024. Enquanto 18,8% dos varejistas não estão totalmente preparados, faltando menos de 1 mês para o início da estação. Por outro lado, apenas 1,0% dos empresários manifestaram que não farão aquisições de produtos para atender demandas de inverno para o ano corrente.
O número de pedidos feitos para os fornecedores é igual ou maior para 56,5% dos empresários. Refletindo que o sentimento é de que a demanda de itens para o inverno mantenha-se aquecida. Já para 34,2% dos lojistas, foram demandados um menor volume de itens para os fornecedores frente ao último ano.
Os produtos estão mais caros, é o que revela 46,1% dos comerciantes ao adquirir seu estoque junto aos fornecedores. Algo já esperado pelo mercado em função do efeito inflacionário. Para 37,8%, os preços praticados pelos fornecedores não sofreram alteração frente ao último ano. Enquanto 5,1% dos empresários identificaram que os preços praticados pelos fornecedores estão menores que em 2023.
Ações dos comerciantes
Os comerciantes pretendem impulsionar as vendas no período e adotarão ações para atrair os consumidores para os estabelecimentos. Entre as ações mais presentes destacam-se propagandas e divulgação (48,9%), promoções e liquidações (20,0%), brindes (5,2%), variedade de produtos (4,7%) e atendimento diferenciado (4,1%).
O varejo já está preparado e quase todos os empresários impactados pela estação de inverno realizarão divulgações de produtos para alavancar as vendas. Os meios de divulgações mais presentes foram Instagram (90,2%), WhatsApp (67,9%), Facebook (41,7%).
Uma parte expressiva dos comerciantes impactados pela data irão utilizar de canais online para realizar as vendas, 85,3%. Os meios utilizados para realizar as vendas com maior frequência serão, o WhatsApp com 91,7%, o Instagram com 69,9% e site próprio com 9,1%.
Para Machado, o varejo vem se transformando, os empresários estão cada vez mais antenados nas necessidades do mercado para atender o público. “Os comerciantes estão adotando ações, estão mais presentes nas redes sociais e há uma crescente na realização de vendas online”.
(Fonte: FecomércioMG)