O Dia Nacional do Café é celebrado nesta sexta-feira, 24 de maio. Para saber mais sobre o assunto, o Poços Já conversou com Daniel dos Reis Pereira, gerente de riscos da Cooperativa Agrária de Machado (Coopama).
De acordo com Pereira, o mercado nacional e internacional exige padrões cada vez maiores. Isso ocorre por conta da mudança nos hábitos de consumo. “O consumidor brasileiro está em busca de qualidade, já descobriu o sabor diferenciado do café, entende o que é um café mais forte ou mais adocicado”, analisa.
Assim, o preço da café também muda. Para o produtor, passa a ser vantajoso investir na melhoria da qualidade. Ainda conforme o gerente de riscos da Coopama, o investimento neste caso não é exorbitante, se comparado com os benefícios financeiros.
Outra evidência da mudança nos hábitos de consumo é a presença forte dos cafés especiais nas prateleiras dos supermercados, assim como lojas e cafeterias. Além disso, o crescimento do consumo de cápsulas também representa um fator importante para os produtores.
A região ainda oferece características naturais que são positivas para os produtores, o que caracteriza uma vantagem significativa. “A topografia do sul de Minas Gerais propicia cultura, colheita e cafés de boa qualidade para o mercado nacional e internacional”.
Fermentados
Atualmente, a Coopama se prepara para a comercialização de cafés com fermentação natural. Este é um passo que vai além dos cafés especiais e valoriza ainda mais o produto.
O processo aprimora o sabor do café, segundo Pereira. A classificação pode passar dos 90 pontos, com sacas a valores de até R$ 2 mil. “Aquela bebida achocolatada, adocicada, vai para nuances de café frutado, nuances de champagne. Esse tipo de café tem uma valorização maior ainda do que o café especial”, explica o gerente de riscos.
Mais de dez produtores da Coopama participam do projeto e a comercialização dos cafés fermentados deve começar ainda neste ano. Todo o processo conta com assistência da cooperativa, por meio do acompanhamento com especialistas e responsabilidades bem definidas para ambas as partes. “É um projeto bem consciente”, resume Daniel.
Clima imprevisível
A expectativa é que 2024 termine com uma safra maior que a do ano passado. São esperadas 300 mil sacas de café, com valor médio de R$ 1,2 mil cada.
Porém, a imprevisibilidade do clima pode gerar dificuldades para os próximos anos. Isso porque a ocorrência de secas ou excesso de chuvas, assim como de ondas de calor, influencia diretamente a produção.
Por isso, o gerente de riscos afirma que a Coopama acompanha os processos com pés no chão, a partir de um planejamento sólido. “O papel da cooperativa é esse: se tiver algum contratempo, dar as mãos para o cooperado, para o produtor, e enfrentar juntos”, conclui.