O Studio 1.3 abre, nesta quinta-feira (25), a exposição “Melancolia” do artista plástico Marcelo Abuchalla. Segundo ele, foram seis meses para que esta exposição acontecesse. Em outubro de 2023, mesmo sem ter certeza de que sua proposta seria aprovada na Lei Paulo Gustavo municipal, o artista deu início ao trabalho. Para Marcelo, toda essa pesquisa, era, e é, profundamente necessária para a continuidade da sua obra que completará 40 anos em 2025.
Porém, para essa prospecção era necessário ter um acompanhamento de um curador de confiança, então o artista foi buscar uma parceria com Marcelo Salles, da “Casa Contemporânea” de São Paulo, que conduziu essa imersão do artista em sua vida e obra.
40 anos
“São 40 anos de arte, 40 anos do exercício diário e real da arte. Fotografia, moda, cenografia, pintura, cinema, televisão, literatura e vida. A Lei Paulo Gustavo deu toda condição para esse mergulho profundo e eu me deixei levar às profundezas da memória. Um encontro com o passado e com todas as referências de construção imagética. Da imensa coleção de antiguidades da família, das inúmeras visitas e cursos no “Museu Lasar Segall” nos anos 1970, passando pelo primeiro encontro com a obra de Sigmar Polke, em 1975, na 13ª Bienal de São Paulo e depois com a fotografia no final dessa mesma década”, expõe o artista.
Abuchalla ainda lembra de sua formação em Jornalismo nos anos 1980, se especializando em fotografia. O que conduziu seu olhar para o mundo da moda. A moda, portanto, o leva à estamparia industrial e, naturalmente, por fim, encorpa seu repertório que nunca parou de crescer.
Melancolia
Agora o artista apresenta “Melancolia”, seu trabalho mais recente. “Sem o menor pudor, esse trabalho me fez chorar muito, rir alto. Na verdade, toda essa investigação me colocou em contato com vários sentimentos, cheiros, cores, sabores, vozes e com a morte. Sim, a morte, o maior desperdício pelo qual passamos. Quantas perdas a morte nos traz? Não essa perda das expectativas sociais, mas aquela perda das emoções do outro, das histórias, dos sorrisos. É sobre isso essa minha melancolia. Minha melancolia é uma festa da partida sem adeus. São sorrisos intermináveis. Estou feliz com esse trabalho”, pontua.
Ele ainda destaca que essa experiência lhe trouxe uma certeza. “E foi em uma fala do escritor Rubem Alves que encontrei a melhor definição para tudo isso: “Nunca volte para um lugar que você amou muito”. Ele, o lugar, nunca mais estará lá. O tempo é implacável e está apenas em você aquele momento. A dor da volta é destruidora e, quem precisa ser destruído?”, questiona Marcelo.
E essa obra é, dessa maneira, um presente que o artista entrega para a menina Julia, sua sobrinha neta. Melancolia é uma exposição, uma experiência que vale a pena ser visitada. O trabalho composto por mais de 20 obras ficará exposto até junho, quando dará lugar a uma nova exposição em comemoração ao aniversário do artista poços-caldense Bruno Filisberti.
Serviço
Exposição Melancolia
Abertura dia 25 de abril
Studio 1.3
Rua Paraná, 130, com a entrada pela rua Padre Feijó s/n
Informações e horários de visitação estão disponíveis pelo Whatsapp (35) 9 9210-0690
Saiba mais no instagram