Para discutir “A Arte Marginal nas Crônicas Periféricas – o dia a dia da cultura hip-hop”, o escritor, dramaturgo e MC Israel Neto é um dos convidados da 19a. edição do Festival Literário Internacional de Poços de Caldas, o Flipoços. A mesa ocorre dia 29 de abril (segunda-feira), às 16h, no Palco Sesc Sulfurosa. A entrada é gratuita.
No debate, Israel Neto dividirá a mesa com o rapper e escritor Vinícius Terra, que trabalha com lusofonia e com o artista visual e muralista Dani Werneck, que assinou o painel em homenagem aos 90 anos da escritora Nélida Piñon. Ainda, a mediação do bate-papo é da Samantha Buglione.
Importante destacar que o autor possui 15 anos de carreira, com alguns álbuns e EPs gravados como “É tarde em Sirius A” (2023), Aurora (2020), Diários (2017), Vinil – Eternamente Break Dance Vol.2 (2016) e Reinvenção (2012). Desse modo, conversa tem como tema as crônicas dentro da cultura hip-hop.
Mano Réu
O rap, como forma de expressão artística, muitas vezes se torna uma crônica do dia a dia, capturando e narrando as experiências vividas nas ruas, nos bairros e nas comunidades. Assim, por meio de suas letras, ritmo e batida, rappers como Israel Neto, que na cultura é conhecido como Mano Réu, têm a habilidade única de retratar os desafios, as alegrias, as lutas e as esperanças dos indivíduos comuns, transformando suas vivências em histórias poderosas que ressoam com um público diversificado.
Nesse sentido, o rap se torna não apenas uma forma de entretenimento. Porém, igualmente um espelho da realidade social, política e cultural, proporcionando uma plataforma para vozes marginalizadas e histórias não contadas.
Para o autor “poder contribuir com a nossa trajetória da palavra, seja nos livros ou na música, em um evento desse caráter é reafirmar a potência da produção negra e periférica e como ela permeia nossas vidas e da sociedade a pelo menos quatro décadas”, afirma.
Para além do rap
Além do rap, Israel Neto também atua há mais de uma década na literatura periférica e no afrofuturismo. Estes temas, portanto, também estarão, sem dúvida, presentes no bate-papo. É também CEO da editora Kitembo, com mais de 20 livros editados e publicados, de autores negros e da periferia.
O autor é um dos principais nomes da editoração de afrofuturismo no país, bem como da literatura periférica. Tem na produção um diálogo direto com a ancestralidade e os tempos atuais, como ditadura, recursos naturais, racismo, entre outros, revelando a variedade de temas e gêneros e a versatilidade do escritor.
Publicou livros como “Amor Banto em Terras Brasileiras”, “Os Planos Secretos do Regime”, “Ancestral” e “Não Podemos Esperar” e destaca-se também na produção literária, como editor da Kitembo e autor de HQs, como “3 Esús e o Tempo” (2020) e “3 Esús e o Tempo: O Mundo de Eleguá” (2023).
Afrofuturismo
O afrofuturismo, como abordado por Israel Neto, não é apenas um gênero literário. Mas uma poderosa ferramenta de expressão que permite explorar temas fundamentais da sociedade contemporânea sob uma nova perspectiva. Durante a palestra, ele irá demonstrar como suas obras transcendem fronteiras. Abordando questões como racismo, identidade, resistência e liberdade em diversos gêneros, desde romances e distopias até histórias em quadrinhos.
Vale ressaltar que Israel Neto também integra a Periferia Brasileira das Letras (PBL), projeto onde é bolsista pela Fiocruz.
Serviço
Israel Neto no Flipoços
Dia 29 de abril, às 16h
Palco Sesc Sulfurosa
Praça Pedro Sanches
Gratuito e classificação livre