Professores e Técnicos-administrativos dos campi de Poços de Caldas e Pouso Alegre do IFSuldeMinas deliberaram, em assembleias ocorridas durante esta semana, pela adesão à greve da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica a partir de 10 de abril. Iniciado no último dia 3, o movimento tem proporções nacionais, atingindo mais de 350 unidades, espalhadas por 23 estados.
Reivindicações
As principais reivindicações são a reposição salarial e a reestruturação das carreiras de técnicos-administrativos e professores, a revogação de uma série de medidas antidemocráticas editadas nos últimos governos e a recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino (IFEs).
As categorias sofreram sete anos de congelamento salarial, no período entre 2017 e 2023. As perdas são superiores a 50% para os técnico-administrativos, que possuem hoje os menores salários do serviço público federal, com piso de R$1446,12. Já os docentes sofrem com uma defasagem que pode chegar a 40%, recebendo hoje R$ 3.412,63 no início da carreira, com graduação, e por uma jornada de 40 horas semanais, uma valor bastante inferior ao Piso Nacional do Magistério, atualmente em R$ 4.580,57.
Negociações
As negociações salariais com o Governo Federal, iniciadas em julho do ano passado, não avançaram, terminando com a proposta de novo congelamento salarial em 2024. Enquanto isso, outras categorias do serviço público federal, como as polícias, os servidores do Banco Central e da Receita Federal foram contemplados com acordos vantajosos.
Já o orçamento das IFEs, que tem sofrido com sucessivos cortes nos últimos anos, foi alvo de uma nova tesourada. As Universidades perderam, portanto, 310 milhões em relação a 2023, enquanto os Institutos Federais estão com 140 milhões a menos que no ano passado. Isso tem afetado a infraestrutura dos campi, que vem se deteriorando aceleradamente. Além da capacidade de execução de políticas de assistência estudantil, ensino, pesquisa e extensão.
Nas próximas semanas, outras unidades do IFSuldeMinas também terão assembleias para decidir sobre deflagração de greve, e é grande a perspectiva de que o movimento cresça.
Por ora, o governo não tem apresentado respostas às demandas dos grevistas.