A vencedora da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), a professora Silmara Louise da Silva, ainda está processando o fato de estar entre os 10 melhores profissionais do Brasil. Em entrevista ao Poços Já ela lembrou cada passo que a levou ao lugar conquistado, passando pelo incentivo da família, ainda na infância, o amor pelos números e pelos alunos.
Silmara que leciona em cinco unidades poços-caldenses se inscreveu para a categoria de Ensino Médio, pela Escola Estadual David Campista. Passou por três etapas avaliativas e ficou entre os 10 finalistas na última quarta-feira (27).
“Ainda não caiu a minha ficha do que está acontecendo”, inicia ela. “O quão importante é essa premiação”, acrescenta.
O anúncio de que é uma das melhores professoras de ensino médio de matemática foi recebido ao lado daqueles que participaram do processo. Muito antes de ele se tornar uma competição.
Os estudantes acompanharam a live de classificação ao lado da docente. E depois de terem anunciado a classificação de 57 dos 67 profissionais para a última fase da olimpíada a alegria ecoou. “Quando divulgaram os medalhistas de prata, que não tinha minha foto, eles começaram a gritar, pular e me abraçar. Foi lindo”, lembra emocionada.
Trajetória
O reconhecimento de toda uma trajetória com números tem muitos participantes. Silmara, além de dedicada e ‘doente’ por números, como brinca com os alunos, lembra que tudo começou ainda na primeira infância ao lado dos pais. “Eu devo muito aos meus pais. Eles sempre me incentivaram, com brinquedo que estimulasse o raciocínio, blocos de encaixar, quebra-cabeça, e brincadeiras que estimulam o pensamento lógico”.
Filha de professora, ela lembra que uma simples caminhada pela rua, principalmente a caminho da escola, era uma aula, vendo números pelos caminhos e sendo estimulada a raciocinar sobre o que representavam.
O pai também participou do processo, sempre respondendo a todas as perguntas, e indo mais fundo, buscando referências e materiais que pudessem dar a ela todo o conhecimento. Como o caso do carvão, em que ele não só mostrou o objeto, mas a origem da palavra e como ela se formava.
O estimulo à educação levou Silmara à faculdade de licenciatura em matemática. A escolha veio de forma direcionada, ela queria mais matemática, mas nunca pensou em se tornar uma professora. Assim, ela foi para sua segunda graduação, se tornando engenheira elétrica.
No campo profissional ela passou a dividir seu tempo entre a sala de aula e o emprego de engenheira em uma empresa de automação. Entretanto, foi instigada a escolher. “Nesse momento meu coração já era de professora. O que me cativou, que me cativa e que me faz seguir até hoje é ver o brilho no olho do aluno.
Olimpíada
Durante a olimpíada Silmara passou por três fases. Na primeira etapa, a apresentação de habilidades e estratégias de inclusão. Logo após, um vídeo do trabalho e na terceira uma entrevista.
“Na segunda fase optei por não me apresentar, pedi para os alunos, pais, diretores e colegas de trabalho darem seus depoimentos. Reuni isso tudo em um vídeo e mandei para comissão”.
O prêmio da dedicação será um intercâmbio cultural na China. Naquele país ela poderá, ao lado de outros nove profissionais, conhecer o sistema educacional, que é um dos melhores na matéria do mundo.
“A minha responsabilidade vai aumentar”, enfatiza. “Eu pretendo anotar tudo, tudo, tudo… quero aprender, perguntar muito e voltar com uma bagagem muito grande para ajudar meus colegas professores e com isso contribuir com a educação do nosso país”, acrescenta.