Vai acontecer, no próximo dia 3 de abril, uma Assembleia no campus de Poços de Caldas do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeMinas) com o objetivo de colocar em votação a adesão à greve que já foi deflagrada em outras instituições federais. O movimento reivindica, dentre suas principais pautas, reestruturação das carreiras e recomposição salarial e envolve docentes e técnico-administrativos.
A Assembleia é uma parceria de duas seções sindicais, a Sinasefe Muzambinho e o SindiFSulde Minas, seção do Andes-SN.
A redação do Poços Já conversou com Rafael Martins, que é coordenador geral da seção Muzambinho do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). Ele diz que as duas categorias citadas estão com defasagem salarial muito grande. “Tivemos de 5 a 7 anos de congelamento de salários. E isso levou a uma corrosão do nosso poder de compra. Para os técnicos administrativos passa de 50% a perda inflacionária acumulada. Hoje, o piso da nossa categoria é de R$ 1.400, então, um pouco acima do salário mínimo. E o piso da categoria docente hoje está R$ 1.000 abaixo do piso nacional”, pontua ele.
Negociação
Martins ainda esclarece que foi iniciado um processo de negociação com o governo que começou em julho do ano passado. “Tivemos aqueles 9% emergenciais, porém, metade daquilo já foi comido pela inflação. E, desde então, as negociações não avançaram. Somado a isso, teve um corte, um novo corte, esse ano, no orçamento da Rede Federal de Educação. Então, nos Institutos e nas universidades, a gente está tendo vários problemas. Posso citar, entre outras coisas, a impossibilidade de ofertar bolsa de assistência estudantil e a alimentação para os estudantes. E, ao mesmo tempo, o governo deu reajuste para outras categorias que já ganham muito bem. Portanto, essas estruturações de outras categorias acabaram inflamando o movimento de greve”, declara o coordenador.
Assembleias
Ainda segundo Martins, os técnicos das universidades federais estão paralisados desde 11 de março e os institutos federais vão começar a aderir a partir do dia 3. “No IFSuldeMinas, a gente já tem duas assembleias marcadas: Poços de Caldas e Pouso Alegre para adesão à greve dia 10. Mas, estamos contatando outras unidades e esperamos conseguir parar o maior número de unidades possível nesse processo de negociação com o governo. Queremos ter algum avanço”, finaliza ele.
