O cárcere privado de um jovem de 15 anos e uma idosa de 70 anos, registrado em Poços de Caldas nesta quinta-feira (21), começou com uma discussão entre irmãos. O jovem de 17 anos manteve os familiares por cerca de 12 horas trancados sob a ameaça de uma faca.
De acordo com a Polícia Militar, foi a mãe dos menores quem pediu ajuda e explicou como a situação teve início. Ela contou que o filho de 17 anos é dependente químico e estaria em abstinência. Ele também estaria há alguns dias sem sair na rua, após ter sido agredido por traficantes.
Na manhã de quinta-feira, durante uma crise, ele discutiu com o irmão de 15 anos, ficou agressivo, passou a gritar, trancou a porta da casa e colocou as chaves no bolso para impedir as vítimas de saírem.
O fato teria acontecido por volta das 9h, mas os familiares decidiram acionar ajuda, tanto do Corpo de Bombeiros quanto da Polícia Militar, só pouco antes do meio-dia, após perceberem que não conseguiriam sozinhos convencer o jovem a liberar a família.
O jovem chegou a dizer aos familiares que não aceitaria a presença policial e mataria o irmão e a avó, mas acabou conversando por longas horas com equipes do serviço de inteligência e sinalizou poucas vezes que poderia se entregar.
O Batalhão de Operações Especial (Bope) de Belo Horizonte chegou a ser acionado, como medida prevista dentro do protocolo de atendimento de preservação à vida. A equipe saiu da capital e quando chegava ao local dos fatos, o jovem se rendeu. Ele soltou os instrumentos perfurocortantes que empunhava, duas tesouras e uma faca, e os policiais militares entraram na casa e o apreenderam.
As vítimas e o infrator foram encaminhados para atendimento médico. Após receberem alta, o autor foi encaminhado para a delegacia.
Investigação
A investigação do caso, bem como o inquérito policial, é de responsabilidade da Polícia Civil, que informou em nota que já está a par e aguarda alguns procedimentos.
A primeira providência adotada foi o encaminhamento de peritos criminais ao local, onde foram realizados os primeiros levantamentos, que irão subsidiar a investigação.
Com relação ao infrator, foi lavrado o auto de apreensão em flagrante delito pelo ato infracional análogo ao crime de cárcere privado qualificado.
Agora, a Polícia Civil aguarda a manifestação do Ministério Público para decidir sobre a possível internação do suspeito.