Temperatura pode subir até seis graus em Minas nos próximos 70 anos. Esse aquecimento afetaria cultivos importantes, como o de café, azeitonas e árvores frutíferas, com a redução significativa de áreas aptas para a plantação.
O alerta foi feito nesta quinta-feira (14) por Michelle Simões Reboita, pós-doutora em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professora do curso de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Ela participou do lançamento do Seminário Técnico Crise Climática em Minas Gerais – Desafios na Convivência com a Seca e a Chuva Extrema no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). À tarde, grupos de trabalho se reúnem para discutir a metodologia e o cronograma do seminário em agosto.
Com a iniciativa, o Parlamento mineiro pretende discutir a crise climática no Estado, bem como fomentar projetos de inovação para Minas e definir uma agenda de trabalho legislativo sobre o tema.
De acordo com Michelle Simões, o planeta está cada vez mais quente desde a Revolução Industrial. Em 2023, houve recorde de altas temperaturas em Minas e no Brasil. Se comparada com a série de 1850 a 1900, a temperatura subiu 2 graus. “A média não deve ultrapassar 1,5 grau, o que causa degelo de regiões polares”, explicou a pesquisadora.
Cidades mais quentes
Ainda segundo a professora, das 20 cidades mais quentes do país em 2023, 19 estão em Minas Gerais. No último dia 19 de novembro, Araçuaí (Jequitinhonha/Mucuri) registrou a maior temperatura do Brasil, de 44,8 graus.
Os primeiros meses de 2024 já registram temperaturas maiores que as do mesmo período de 2023. Dessa forma, segundo Michelle Simões, 2024 trará um novo recorde.